O prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (MDB), garantiu que irá processar o ex-secretário de Saúde, Huark Douglas Corrêa, pelas acusações de irregularidades na gestão. Ele afirmou que não sabe o que o ex-servidor ganhou para firmar a delação com o Ministério Público Estadual (MPE) e que todos os apontamentos são falsos.
O prefeito concedeu entrevista coletiva na manhã desta quarta-feira, na secretaria Municipal de Saúde (SMS). O auditório estava lotado de servidores e apoiadores. O vice-prefeito José Roberto Stopa (PV) esteve ao lado do gestor durante o ato.
Em delação, Huark disse que recebia montes de contratos de servidores indicados por vereadores e pessoas ligadas ao prefeito. Tais contratações seriam para garantir apoio político ao prefeito e não tinham qualificação adequada. Também requeria pagamento de prêmio saúde, com valores variados de acordo com a indicação.
Na avaliação do prefeito, todas as acusações do ex-secretário sobre indicações e o “canhão político” foram feitas “levianamente, maldosamente, safadamente, inescrupulosamente”. As informações ensejaram investigação do MPE e a Operação Capistrum, que afastou o prefeito do cargo por 37 dias.
“Tenho certeza, pelo que conheço do Ministério Público, que vão reparar o erro cometido contra minha família. Com base nessas provas, que nem são provas, são ilações gritantes de tentar atingir o prefeito da Capital e sua família”, acredita o gestor.
Pinheiro afirma que a atitude de Huark foi “abraço de afogado” para tentar “salvar a pele”. Que não trata de contratos e nem prêmio saúde, coisas cotidianas como estas, segundo ele, são atribuições do secretário. As acusações levaram o MPE a pedir ao Judiciário o seu afastamento. “Ele vai responder por isso e sofrer as consequências pelas mentiras maldosas e inescrupulosas. Foi falta de caráter. Ele mentiu. Ele que contratou os temporários. Defendeu veementemente os contratos”, garante.
O prefeito alega que as contratações temporárias não são irregulares, que não houve desvio de recursos do Município, rachadinha ou qualquer outro prejuízo. Ele nega ainda ter sido beneficiado pelas supostas fraudes.
Deflagrada em 19 e outubro pelo Núcleo de Ações de Competência Originária (Naco), a Operação Capistrum decretou busca e apreensão e sequestro de bens em desfavor do prefeito de Cuiabá Emanuel Pinheiro e sua esposa Márcia Aparecida Kuhn Pinheiro, do Chefe de Gabinete Antônio Monreal Neto, da secretária-Adjunta de Governo e Assuntos Estratégicos, Ivone de Souza, e do ex-coordenador de Gestão de Pessoas, Ricardo Aparecido Ribeiro.
Considerado o braço direito de Emanuel desde a época em que o emedebista era deputado estadual, o chefe de gabinete chegou a ser preso em um apartamento de luxo, localizado no bairro Santa Helena. Agora, ele usa tornozeleira. Todos os investigados continuam afastados de suas funções públicas.
De acordo com o MPE, os investigados estariam ligados a um suposto esquema de indicações políticas e contratações temporárias na Secretaria Municipal de Saúde de Cuiabá. Os contratados tinham direito ao benefício do ‘Prêmio Saúde’, que pagavam até R$ 6 mil a mais para os comissionados.