O relacionamento comercial entre Mato Grosso e os Emirados Árabes Unidos tem grande potencial para ser fortalecido nos negócios com açúcar, biocombustíveis, madeira, manifestaram autoridades e investidores árabes da missão empresarial liderada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) ao país.
Empresários de vários estados participaram da Expo Dubai e de uma série de seminários organizados pela CNI e Apex Brasil, voltados ao networking e ao estreitamento da relação comercial entre os países, buscando atrair investimentos árabes para o Brasil. O presidente da Federação das Indústrias de Mato Grosso (Fiemt), Gustavo de Oliveira, foi moderador em um dos painéis e identificou grandes oportunidades. “Mato Grosso é destaque em cinco dos principais produtos exportados do Brasil para os Emirados – carne bovina e de frango, açúcar, ouro e madeira. Também lideramos em áreas que começam a despertar o interesse do país, como biocombustíveis. São inúmeras as oportunidades para as quais precisamos nos posicionar”, afirmou Gustavo. A ideia é buscar a ampliação do relacionamento comercial, a partir dos contatos realizados na missão.
Após participar da conferência do clima (COP-26), seguida da missão em Dubai, ele reforça a avaliação de que Mato Grosso tem potencial para ser carro-chefe da economia verde no mundo. “O ex-presidente Michel Temer citou Mato Grosso como exemplo de tecnologia aplicada ao agronegócio, autoridades árabes e brasileiras destacaram nossos produtos, até a culinária regional foi destaque. No comércio, o tema da sustentabilidade aparece em quase todas as vitrines, que destacam o uso de materiais recicláveis e de baixo carbono, uso racional da água, fontes renováveis de energia, uso de produtos naturais etc”, relata.
O presidente da Fiemt destaca ainda o quanto a marca ‘Amazônia’ é utilizada comercialmente no exterior. “Bebidas alcoólicas, cosméticos, alimentos: o apelo ao nome da Amazônia é usado para agregar valor a produtos que muitas vezes não têm nenhuma relação com o Brasil. Nós assumimos o passivo pelas queimadas e desmatamento e precisamos aproveitar melhor o enorme ativo que temos nas mãos.
O futuro dos automóveis é outra aposta que pode beneficiar a economia de Mato Grosso. Embora os carros elétricos dominem o debate quando se pensa em reduzir combustíveis fósseis, o uso do hidrogênio ganha cada vez mais espaço, produzido a partir de energias renováveis – e o melhor depósito de hidrogênio é o etanol, que com uma molécula produz seis do combustível. “É preciso lembrar que não existe ganho em descarbonização se um veículo elétrico depende de energia a base de carvão, por exemplo. Os veículos elétricos podem ser uma boa opção onde existe infraestrutura e geração limpa. Já o hidrogênio e os biocombustíveis despertam como alternativas viáveis tanto sob o ponto de vista técnico quanto econômico e ambiental – e isso nos interessa diretamente”, acrescentou, através da assessoria.