As atividades de manejo florestal das indústrias madeireiras desenvolvidas em Mato Grosso foram destacadas na Conferência do Clima (COP-26), em Glasgow, na Escócia. Atualmente, o Estado possui quase cinco milhões de hectares em manejo sustentável. Os números e dados do modelo praticado em Mato Grosso e alguns Estados foram demonstradas por meio de um vídeo durante programação especial denominada “Dia da Indústria”, produzido pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), em parceria com a Federação das Indústrias de Mato Grosso (Fiemt), e com apoio do Fórum Nacional das Atividades de Base Florestal (FNBF) e Centro das Indústrias Produtoras e Exportadoras de Madeira de Mato Grosso (Cipem).
O presidente do FNBF, Frank Rogieri, ressalta a dimensão de área protegida existente no estado de Mato Grosso e os trabalhos que estão sendo realizados para que ela seja ampliada, chegando a 6 milhões de hectares nos próximos anos. “Essa participação na COP26 é muito importante para esclarecer ao mundo a relevância dos trabalhos desenvolvidos pelo setor de base florestal para garantir a manutenção e equilíbrio das florestas. O nosso setor sobrevive da floresta viva, produtiva, em pé, e isso é possível através do manejo florestal sustentável”, afirma Rogieri.
O manejo florestal sustentável garante a conservação do meio ambiente e da biodiversidade e contribui para o sequestro de carbono, diminuindo os impactos do efeito estufa. Além disso, auxilia na redução das queimadas e do desmatamento ilegal e na geração de emprego para as populações locais. Atualmente, quase 600 mil pessoas trabalham com o manejo no Brasil.
A técnica consiste na retirada de árvores maduras, que estocam grandes volumes de carbono em sua biomassa, evitando que essas árvores morram e se tornem fontes de emissão de carbono. “Quando a árvore é jovem, ela ajuda no sequestro de carbono. Ela tira gás carbônico da atmosfera e transforma em oxigênio, através do processo de fotossíntese. Quando ela fica velha e morre, faz o processo inverso, liberando gás carbônico na atmosfera. Então, por meio do manejo florestal, garantimos a renovação e proteção da floresta”, explica o presidente do FNBF.
Todo o processo de manejo florestal é monitorado por satélites e atende às regras estabelecidas pelo código florestal brasileiro, como a que permite a retirada de apenas 8 árvores maduras em uma área equivalente a um campo de futebol. Depois que o plano é executado, a área é isolada para que as árvores que foram retiradas deem espaço a uma nova vegetação, garantindo assim a renovação da cobertura vegetal e a manutenção da biodiversidade. “Temos que combater a extração ilegal de madeira, mas, por outro lado, precisamos fomentar os empresários e pequenos produtores que tiram o sustento de suas famílias da floresta e, além de tudo, prestam um grande serviço para o mundo”, defende Frank Rogieri.
Ainda na COPA 26, o presidente da Fiemt, Gustavo de Oliveira, apresentou o case de uma indústria mato-grossense que recicla embalagens de defensivos agrícolas transformando-as em dutos corrugados que são utilizados em larga escala em obras de infraestrutura, nos setores de energia elétrica, telecomunicações e edificações comerciais e residenciais.
A informação é da assessoria da Fiemt.