O juiz Anderson Candiotto decretou, ontem, em audiência de custódia prisão preventiva ao morador de Sinop que é acusado de ter espancado a esposa com socos e chutes, no fim de semana, na avenida Idemar Riedi, em Sorriso. A mulher ficou bastante machucada, com ferimentos principalmente no rosto, e foi socorrida pelo Corpo de Bombeiros à Unidade de Pronto Atendimento.
Consta que o agressor, que estava dirigindo um Hyundai I30 embriagado, chegou a causar um acidente, quando freou o carro bruscamente. Ele ainda teria dormido na direção, e por isso, o magistrado também determinou a suspensão da Carteira Nacional de Habilitação, caso tenha, ou a proibição de obtê-la.
Em depoimento, a vítima relatou que o casal tem dois filhos, reside em Sinop e foram até Sorriso participar de uma confraternização da empresa que o acusado trabalha. Quando chegaram, ele passou a ingerir bebida alcoólica, ficando embriagado. Ainda assim, o homem queria retornar para Sinop dirigindo. A mulher negou-se e passou a ser agredida, sendo colocada a força no carro.
Próximo de chegar na rodovia federal, ele dormiu e a vítima ligou para um amigo pedindo ajuda, pois o carro estava no meio da rua. Após retirarem o veículo, o suspeito ficou irritado e com ciúmes, passando a corres atrás dela, desferindo diversos socos e chutes, obrigando-a a entrar no veículo mais uma vez, quando ocasionou o acidente, e voltou a agredi-la.
O acusado já tem antecedentes por violência doméstica e outros crimes. “De outro turno, o periculum libertatis resta clarificado tendo em vista à garantia da ordem pública, consubstanciada na integridade física e psicológica da vítima, assim como na gravidade do delito, grau de reprovabilidade e periculosidade do agente, evidenciadas pelas circunstâncias do caso em concreto”, expôs Candiotto.
Enquanto era agredida, a mulher chegou a ligar para a Polícia Militar e quem atendeu foi a sargento Joely, que permaneceu cerca de 10 minutos na linha. “Ela não conseguia falar no celular, eu só ouvia ela chorando, gritando, apanhando, uma criança chorando, e eu não conseguia que me ouvisse, então eu percebi que o celular estaria perto, mas que o agressor não sabia que eu estava na linha. Esperei algum momento que ela pudesse conseguir falar comigo, demorou bastante, foi bem sofrido ter que acompanhar todo o ato de violência, todas as palavras que ele disse naquele momento, principalmente o fato da criança chorando muito, desesperadamente. Foi bem angustiante”, relatou.
Apesar de ser policial há 17 anos, a sargento apontou que a ocorrência causou emoções. “Essa realmente mexeu comigo, permaneci na linha até ver se ela conseguia me passar o endereço. Quando conseguiu pegar o telefone, pediu socorro, disse que não morava em Sorriso, não sabia o endereço que estava, mas pedia socorro desesperadamente, e ele voltava a bater, não percebia que estava no celular, e eu continuei ouvindo as agressões, xingamentos, ela gemendo de dor de tanto apanhar, a criança desesperada”.
Sem informações do endereço, a militar disse que pedia a Deus para que alguém flagrasse as agressões e ligasse na outra linha. “E eu recebi ligação na segunda linha do 190, enquanto permanecia na primeira ouvindo tudo que acontecia, me informaram que estavam no local, que ela precisava de ajuda, mas achavam que tinha sido um acidente até o momento. Eu já sabia pelo choro da criança que era a mesma ocorrência. Então acionei a guarnição e o Corpo de Bombeiros para irem até o local”, disse.
As agressões foram flagradas por uma equipe da concessionária responsável pela administração da rodovia, que auxiliou para a chegada da PM até o local. Agora, o acusado deverá ser encaminhado a uma unidade prisional.