A juíza Débora Roberta Pain Caldas decidiu manter na cadeia um homem acusado de três tentativas de homicídio em Sinop. Os crimes ocorreram no dia 10 de outubro, em uma residência na rua Antônio Porto, no bairro Jardim São Paulo 2. Segundo a denúncia, o suspeito espancou a esposa, uma vizinha e uma criança de dois anos, a qual sofreu traumatismo craniano e precisou ser internada em uma Unidade de Tratamento Intensivo (UTI).
Ao denunciar o acusado por três tentativas de homicídio, o Ministério Público do estado (MPE) narrou que o homem convivia com a companheira por cerca de seis meses. Na noite do dia 10 de outubro, o suspeito, os pais e a esposa estavam em casa, ingerindo bebidas alcóolicas, quando a mulher teria trocado a música que estavam ouvindo, o que deu início a uma discussão com o marido. Após os pais do acusado irem embora, o homem teria começado a bater na companheira, apertando seu pescoço e jogando diversos objetos nela.
A mulher teria conseguido correr para pedir ajuda na casa de uma vizinha. No entanto, o suspeito conseguiu alcançar a vítima e continuou com as agressões, desferindo chutes, socos, pisando no rosto da mulher e puxando seus cabelos. Em seguida, ainda teria acertado a companheira com um pedaço de madeira. A vítima, no entanto, teria conseguido correr e se esconder em uma “moita”, em frente à casa de uma vizinha.
O homem, então, segundo a denúncia, entrou no quintal da vizinha, procurando pela mulher. Conforme o MPE, no local, o acusado correu atrás da vizinha, que estava com o filho de dois anos de idade no colo. De acordo com a denúncia, o homem agrediu a mulher com chutes nas costas, fazendo com que ela e a criança caíssem e batessem a cabeça. Em seguida, ainda teria dado diversos socos na mulher e na criança, tendo ainda batido a cabeça do menino no muro por diversas vezes.
A criança acabou desmaiando e foi encaminhada para o Hospital Regional de Sinop, sendo transferida, posteriormente, para uma UTI pediátrica em Rondonópolis. O menino já recebeu alta. Para o Ministério Público, os três homicídios não foram consumados apenas porque uma outra vizinha apareceu e bateu no suspeito com uma cadeira. A Promotoria também cita que a esposa do suspeito conseguiu correr e se esconder, não sendo morta por este motivo. O homem foi preso ainda no local pela Polícia Militar.
Além de receber a denúncia por três tentativas de homicídio, a juíza Débora Roberta Pain Caldas analisou um pedido de revogação da prisão preventiva, formulado pela defesa do acusado. A magistrada, no entanto, decidiu manter o suspeito na cadeia. “Ressalte-se que, no presente caso, a custódia provisória está motivada na garantia da ordem pública, tendo em vista a gravidade concreta das condutas delitivas apuradas nos autos, evidenciado o perigo gerado pelo estado de liberdade do acusado, havendo, também, indícios de reiteração criminosa e possibilidade de perseverança do comportamento criminoso”, afirmou a juíza.
A magistrada também levou em consideração a informação dada pelo próprio acusado, durante audiência de custódia, de que já havia agredido a esposa e outra mulher, quando residiam em Campo Verde. “Vale ressaltar, ainda, que as medidas cautelares diversas da prisão e as medidas protetivas de urgência, por si sós, demonstram-se, no presente caso, insuficientes, pois o estado de liberdade do autuado gera perigo concreto à integridade física e emocional das vítimas, não possuindo ele condições de aguardar o trâmite processual em liberdade”, concluiu Débora.