A articulação para criar, na Assembleia Legislativa, uma CPI e investigar a concessionária Rota do Oeste por não ter feito a duplicação da BR-163, de Sinop ao Posto Gil (cerca de 230 km) passou a ganhar força. O presidente Max Russi manifestou a necessidade de ser investigada a longa demora da empresa fazer as obras e está obtendo apoio para criar a comissão de inquérito. Hoje, a deputada Janaina Riva (MDB), reforçou apoio para abrir o procedimento e que a Assembleia precisa assumir o protagonismo dessa cobrança e usar de todos os mecanismos legais para resolver o problema.
“Quero externar a preocupação que nós temos com o sangue que vem sendo derramado na BR 163. É um absurdo não cumprimento por parte da concessionária da duplicação da BR163. Hoje quando vamos para Rondonópolis dá orgulho do trabalho que foi feito na via que está toda duplicada”. “Não tem explicação o que a Rota Oeste está fazendo com a 163 e não tem explicação a inércia daqueles que deveriam estar agindo para salvar vidas. É uma preocupação e quero pedir ao presidente da Assembleia que use a nossa procuradoria e nossa estrutura para fazer o que for preciso”, declarou, na tribuna do parlamento.
Ela manifestou apoio a proposta de Max e que caso ele apresente, deve contar com a assinatura de todos os deputados. “Eu acredito que essa CPI seja necessária sim. É um trecho que está dentro de Mato Grosso e precisamos trabalhar para adotar as medidas legais necessárias contra a Rota Oeste pela inércia e descumprimento da concessão. Com relação à CPI, se proposta, dever ter 24 assinaturas”, acredita.
A parlamentar defendeu que é preciso somar esforços para que as providências cabíveis sejam tomadas sem mais burocracia. “As pessoas nem acreditam mais quando se fala em duplicação da BR-163 e olha que já foi mote de campanha de mais de 10 deputados. O que precisamos fazer é unir forças com o governo do estado, deputados federais, governo federal para agirmos com mais celeridade, pois cada fim de semana é tragédia atrás de tragédia”, defendeu.
O governo federal está sendo cobrado, desde o ano passado, a obrigar a empresa a cumprir o previsto no contrato e fazer a duplicação no Nortão e Médio Norte, trecho onde centenas de carretas e caminhões trafegam diariamente e há grande índice de acidentes com mortes.
Ontem, conforme Só Notícias já informou, o diretor-geral da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), Rafael Vitale Rodrigues, disse que o governo federal está “empenhado” em encontrar soluções para retomada das obras de melhorias e duplicação. Em nota, a agência manifestou que “há tratativas para solução da questão por meio de troca de controle da concessão, mas isso depende de acordo entre particulares. Em paralelo, corre a instrução para abertura do processo de caducidade do contrato de concessão junto à concessionária Rota do Oeste. Outra opção é a própria concessionária optar pela devolução amigável do contrato”.