A Polícia Federal deflagrou, esta manhã, em Mato Grosso e nos estados de Minas Gerais, Goiás, Rio de Janeiro, Rondônia, Mato Grosso do Sul, Pará, Alagoas, Tocantins e Espírito Santo, operação Balada, com o objetivo de desarticular organização criminosa especializada no tráfico de drogas e de armas de grosso calibre e lavagem de dinheiro. A assessoria da PF confirmou, ao Só Notícias, duas prisões em Cuiabá.
De acordo com as investigações, os investigados movimentaram mais de R$ 2 bilhões, em decorrência das atividades criminosas. Estão sendo cumpridos 247 mandados de prisão e 249 mandados de busca e apreensão, além de centenas de outras medidas cautelares, como sequestro de bens e bloqueio de contas correntes, expedidos pela 4ª Vara Criminal da Comarca de Uberlândia (MG).
A organização operava um estruturado esquema de tráfico de drogas e preparava entorpecentes para comercialização, mediante emprego de insumos químicos adquiridos por meio de empresas regularmente cadastradas. No período de sete meses, foram comprados, no mercado regular, insumos capazes de manipular mais de 11 toneladas de cocaína.
A droga era remetida para Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pará e Rondônia, armazenada no Triângulo Mineiro e, posteriormente, distribuída em várias regiões do país, em especial Minas Gerais, Goiás, Espírito Santo e Rio de Janeiro.
As investigações revelaram, também, que o grupo atuava no tráfico ilegal de armas de fogo de grosso calibre. No curso dos trabalhos, foi apreendido um carregamento de 8 fuzis e 14 pistolas, em março do ano passado, em Uberlândia. O armamento comercializado pelo grupo era adquirido no Mato Grosso do Sul, transportado para Uberlândia, e, posteriormente, destinado a grupos da região do Triângulo Mineiro, especializados no tráfico de drogas e roubos a banco, bem como a uma facção criminosa estabelecida no Rio de Janeiro. Os investigados utilizavam veículos especialmente preparados para o transporte das armas, com apoio de batedores durante os seus deslocamentos.
Para dissimular a origem criminosa do patrimônio acumulado, a organização criminosa utilizava um sofisticado esquema de lavagem de dinheiro, com a utilização de empresas de fachada e a aquisição de postos de combustíveis, hotéis, fazendas, imóveis, veículos e embarcações de luxo. Estima-se que mais de R$ 2 bilhões foram movimentados pelos investigados nos últimos dois anos. As contas bancárias e bens identificados foram bloqueados por determinação judicial, assim como aproximadamente uma centena de imóveis.
A operação foi deflagrada com apoio da polícia penal da secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública de Minas Gerais, que colaborou com um efetivo de 35 policiais penais, para custódia e transporte dos presos.