A Diretoria Metropolitana de Medicina Legal é um dos maiores polos de captação de córneas da Capital. Somente neste ano, até o momento, foram realizadas 127 doações. Esse material, após coletado, é disponibilizado para a fila de receptores do Banco de Olhos em todo o Estado, mediante autorização de familiares das vítimas de morte violenta que são encaminhadas ao órgão.
A diretoria participa como facilitadora da doação de córneas, a partir da cessão da estrutura para que as coletas sejam realizadas. No entanto, os servidores não participam ativamente da captação do material.
Em 2017, um termo de cooperação firmado entre a Perícia Oficial e Identificação Técnica, secretaria de Estado de Saúde e o Banco de Olhos de Cuiabá possibilitou que a Diretoria Metropolitana de Medicina Legal pudesse atuar como facilitadora da doação de córneas em Cuiabá.
Conforme o coordenador técnico do Banco de Olhos da capital, Alexandre Roque dos Santos, 99% das córneas captadas pela instituição são provenientes da DMML. Atualmente existem 280 pacientes na fila de espera por doação de córneas no Estado, e mais de 2 mil transplantes já foram realizados. “O Banco de Olhos figura em quarto lugar no ranking nacional do aproveitamento de córneas colhidas, se não fosse este apoio jamais o nosso estado estaria a frente e estar em os 4 que mais transplanta córneas no país”, citou.
“A gente se esforça para liberar para a enucleação em até 6 horas depois da morte. Após coletadas, as córneas são disponibilizadas para a fila de receptores de todo o estado”, explica o diretor metropolitano de Medicina Legal, Eduardo Andraus.
Além do IML, a captação também é feita no Hospital Municipal de Cuiabá. Se alguma família desejar doar as córneas do seu ente querido, o paciente precisa estar em morte encefálica, ou em parada cardíaca atestada pelo médico. O prazo para que o procedimento de coleta seja realizado é entre 6h a 12h após a morte se o corpo estiver refrigerado.
Os trâmites para a captação devem ser feitos através da Central de Transplantes da Secretaria Estadual de Saúde, que após contato com a unidade de captação, aciona imediatamente o Banco de Olhos.
No IML, o processo de captação é iniciado por uma psicóloga que realiza a abordagem dos familiares no momento em que eles comparecem no órgão para os procedimentos de identificação e liberação das vítimas. Quando o familiar não está presente, os técnicos em necropsia entram em contato com a psicóloga e esta busca o contato com estas famílias.
Para que a doação seja efetivada, é preciso que a pessoa em vida manifeste o interesse para a sua família. Contudo, quem decide no momento da abordagem é o familiar, sendo ele de primeiro grau (pai, mãe, filhos, avós, esposas se forem casados em cartório), por meio de assinatura de um termo de autorização.