A Justiça de Colíder (160 quilômetros de Sinop) marcou para o dia 21 de outubro o júri popular dos quatro acusados de envolvimento no assassinato de Juarez Goulart, 51 anos. A vítima teve a casa invadida por um criminoso, que fez quatro disparos de pistola .380. O crime ocorreu em agosto do ano passado.
Entre os quatro réus, apenas Cristiana Matias Barbosa deverá ser julgada por homicídio simples. Por outro lado, o ex-vereador de Terra Nova do Norte (165 quilômetros de Sinop) Aldo Lopes de Carvalho, que é suspeito de encomendar a morte de Juarez, será julgado por homicídio qualificado, cometido por motivo torpe.
Bruno Nicola Fernandes, acusado de atirar em Juarez, será julgado por homicídio duplamente qualificado, cometido mediante promessa de recompensa e de maneira que dificultou a defesa da vítima. Já Wagner Nunes de Souza, que teria dado apoio ao assassinato, aguardando Bruno em uma motocicleta, vai a julgamento por homicídio qualificado, cometido mediante promessa de recompensa.
O julgamento do caso será realizado de forma híbrida e, desta forma, os quatro acusados poderão participar apenas por meio de videoconferência. A decisão é da juíza Giselda Regina Sobreira de Oliveira Andrade.
Recentemente, conforme Só Notícias já informou, a defesa de Cristiana ingressou com pedido para prisão domiciliar ou medidas cautelares diversas da prisão preventiva alegando que a acusada é portadora de doença cardíaca e necessita tratamento contínuo, “sendo tal condição incompatível com a manutenção da sua prisão, notadamente diante da situação pandêmica advinda da covid-19”. Os advogados também citaram que ela não representa risco ao andamento processual e possui condições pessoais favoráveis.
Os argumentos não convenceram a juíza Giselda a acatar os pedidos. Ela citou que a acusada está recebendo tratamento médico na cadeia e que a prisão domiciliar só é autorizada em casos de extrema debilidade por motivo de doença grave. “Por sua vez, no que diz respeito à situação pandêmica advinda do Covid-19, além de a acusada já ter recebido a primeira dose da vacina não se tem notícias de que no interior do estabelecimento penal tenha casos de contaminação pelo vírus, notadamente porque a defesa não trouxe nenhum documento nesse sentido”, destacou a magistrada.
Ela também ressaltou que “não houve qualquer alteração que justifique a revogação da prisão, bem como frisado que o fato de a acusada possuir bons predicados não é suficiente para revogar a medida quando demonstrada a sua necessidade, como ocorre no caso em comento, sendo desnecessário repetir novamente”.
Em maio deste ano, o determinar o julgamento, o juiz Maurício Alexandre Ribeiro apontou que “as provas produzidas não permitem aferir, de plano, que os acusados não concorreram e/ou praticaram a conduta descrita na denúncia, a ensejar a rejeição da imputação e não os submeter ao Tribunal do Júri (impronúncia), sendo que as negativas e refutações do crime devem ser analisadas pelo mencionado conselho”. Maurício ainda decidiu manter os quatro acusados na cadeia.
Durante as investigações, coordenadas pelo delegado Eugenio Rudy, foi identificado que o crime teve motivação passional e teria sido encomendado pelo ex-vereador de Terra Nova do Norte, que não aceitava o fim do casamento de 30 anos com a ex-esposa. Com base nos levantamentos, o delegado representou pelos mandados de prisão e busca e apreensão contra os quatro suspeitos, que foram cumpridos nas cidades de Colíder, Sinop e Terra Nova do Norte.
A companheira de Juarez (ex-esposa de Aldo), de 48 anos, não foi alvejada e ainda tentou correr atrás do atirador. As investigações apontaram que o ex-vereador teria pago R$ 20 mil para Cristiana, que intermediou o assassinato, contratando os matadores, que teriam recebido R$ 10 mil para a execução do crime.