Esta semana, Emanuel Pinheiro divulgou a sua mais nova traquinagem: 144 novos ônibus, com 4 portas! Decidido a competir com o design do Veloster da Hyundai – que só tem 3 portas, e deu tão errado que está saindo de linha – Emanuel inovou e mandou as fabricantes instalarem duas portas extras. Segundo o prefeito do paletó, assim os ônibus servirão tanto para o BRT quanto para o VLT.
Infelizmente, essas 144 obras de arte (de mal gosto) não servirão para nenhum dos dois modais. O motivo é só um, e basta ver algum desses ônibus na rua pra entender: todos eles tem piso alto – e tanto as estações do VLT quanto as do projeto do BRT exigem ônibus de piso baixo. E Emanuel Pinheiro não poderá nem alegar que não sabia, pois foi alertado por escrito pelo Governo ANTES de comprar os ônibus.
Ou seja: você se lembra daquele plebiscito que foi aprovado na Câmara pelos guaxebas do paletó, e rejeitado pelo TRE-MT? Pois é: Emanuel nem acreditava no VLT – ele só queria atrasar o BRT. E agora a jogada de Kasparov do prefeito é divulgar que esses novos ônibus estão prontos para o BRT, mesmo sabendo que é mentira – e vai usar essa fakenews pra tentar obrigar o Governo a refazer todo o projeto.
Como a Prefeitura não tem recursos e nem projeto, o verdadeiro projeto de Emanuel é um só: boicotar o BRT, custe o que custar. E custa caro! Só as duas portas extras, por exemplo, encareceram em 10 a 15% cada um dos 144 ônibus – suficiente pra comprar de 15 a 20 ônibus a mais! Ou você achou que elas vinham de brinde? Alô, Ministério Público e TCE-MT: isso aqui precisa ser apurado – principalmente, por que comprar 144 ônibus com 4 portas se o BRT só utilizaria 13 deles? Caso servissem!
Se não forem embutidas na tarifa, essas 4 portas – que nunca vão servir pra nada – vão sair do bolso dos contribuintes (o seu bolso) como subsídio. Sim: o prefeito faz toda essa publicidade e espalha faixas se auto parabenizando pela cidade, mas esses ônibus foram comprados pelas empresas que exploram o transporte coletivo – e 100% desse investimento inevitavelmente vai entrar nas planilhas de custo para ser recuperado, incluindo as portas extras.
Então repito: socorro, órgãos de Controle! Esse disparate criativo de design é mais um desperdício de dinheiro do cidadão – e se vocês não tomarem providências, saibam que a Câmara não vai: além do ex-secretário municipal de Mobilidade – afastado pela Justiça – e até um deputado dono de empresa de transporte, no palanque montado para a entrega dos ônibus havia tanto vereador pau-mandado que faltou quórum na sessão plenária daquela manhã.