O Corpo de Bombeiros vai iniciar, nesta sexta-feira, uma operação para tentar conter um incêndio subterrâneo na Baía dos Guatós, no pantanal em Barão de Melgaço (120 quilômetros de Cuiabá). O fogo começou no dia 5 de julho e havia se extinguido na superfície. No entanto, as chamas recomeçaram há alguns dias, conforme relatos de alguns moradores da região.
Segundo o tenente Thiago, comandante do Corpo de Bombeiros de Poconé, a situação ocorre em razão de uma característica do Pantanal mato-grossense. “Trata-se de uma região alagada. E toda região alagada no Pantanal, cria camadas de turfas, um carvão primário formado por vegetações compactadas no solo, o que possibilita a existência de incêndios subterrâneos. Então, por mais que não existisse mais fogo na superfície, a região ainda queimava como brasa”, explicou.
De acordo com o tenente, o Corpo de Bombeiros chegou a fazer um sobrevoo no dia 6 de julho e constatou que o incêndio havia se extinguido na superfície. “Tinha 2 quilômetros e meio de extensão, cresceu de maneira anormal, mas devido à umidade da região não conseguiu avançar. Há mais ou menos uma semana os fazendeiros relataram que, em determinados períodos, aquele incêndio voltava a ser ativo e, a partir daí, nossas guarnições passaram a tentar encontrar acessos terrestres, com embarcação, por logística, isso facilita uma atuação mais eficiente”.
Thiago explicou que, como as equipes não conseguiram acessar o local do incêndio, a operação desta sexta-feira será feita com helicópteros do Centro Integrado de Operações Aéreas (Ciopaer). “A gente vai infiltrar oito bombeiros. Eles levarão os equipamentos básicos e água para tentar conter esse incêndio subterrâneo, o que é extremamente difícil. Para conter, precisa cavar valas de dois metros de profundidade e alagar a região com água. Se a operação durar mais de um dia, os bombeiros irão mapear os pontos críticos desse incêndio subterrâneo”.
O fogo ocorre em uma área indígena em Barão de Melgaço. No ano passado, a região sofreu com intensos incêndios, no entanto, este ano, os registros têm sido menores.