O Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep) notificou nos últimos dias 20 dias, em média, uma morte por Covid a cada dois dias, de profissionais da Educação. Neste período, 60% foram de trabalhadores que estavam na ativa e tinham menos de 50 anos. O sindicato expõe que o levantamento visa defender a continuidade das aulas remotas (e não presenciais) até que 100% da categoria esteja imunizada contra a Covid.
O posicionamento é em relação a decisão dos conselhos nacionais de Secretários de Saúde (Conass) e de Secretários de Educação (Consed) que decidiram que Mato Grosso e mais 23 Estados devem retornar as aulas presenciais, na rede estadual, mês que vem, no próximo dia 3, de forma presencial.
Para o Sintep, a vacinação, por si só, não assegura o retorno com segurança às atividades presenciais, na escola pública. “Os governos têm forjado uma normalidade, a mesma que levou a mais de meio milhão de mortes no país, pela inércia federal na compra dos imunizantes. Assim como no Estado, a inoperância do governo Mauro Mendes para o desenvolvimento de medidas que assegurem a todos os estudantes e profissionais o desenvolvimento pedagógico fundamental para as aulas remotas”, destaca o dirigente estadual do Sintep e Confederação Nacional dos Trabalhadores na Educação (CNTE), Gilmar Soares.
O sindicato acrescenta que, ao defender a reabertura das escolas para atividades presenciais, os governos “lavam as mãos” para as vítimas que por ventura venham a se contaminar e até falecer, em virtude do contágio. “A sociedade, as famílias, os profissionais da Educação, os estudantes precisam ser ouvidos para o retorno às aulas presenciais. Não pode ser uma determinação superior unilateral”, afirma a secretária adjunta de Políticas Educacionais do Sintep, Maria Luiza Zanirato.
Em novembro passado, as escolas de Mato Grosso começaram receber verbas para ações de prevenção à disseminação do vírus e para comprar materiais dos protocolos de biossegurança, como álcool em gel, máscaras, termômetros, lavatórios e materiais para sinalização das unidades.
Este ano, os recursos para as escolas investirem em manutenções preventivas e corretivas foram reajustados de R$ 33 mil para R$ 100 mil. Os repasses automáticos para custeio das escolas estaduais tiveram aumento de 47%. Além disso, todas as unidades tiveram capacitação e orientação para o enfrentamento ao Covid.