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Vídeo: pedreiro confessa que assassinou doméstica com marretadas em Sinop e diz que estavam embriagados

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Só Notícias/Luan Cordeiro/Cleber Romero e David Murba (foto: Só Notícias/Guilherme Araújo)

O homem, de 52 anos, confessou para Polícia Civil ter matado Francinete Silva dos Santos, de 32 anos, com golpes de marreta na cabeça, barriga e outras partes do corpo. Ele disse que antes teriam ingerido bebida alcoólica, discutiram e passou a agredi-la. O assassino foi preso, ontem à tarde, nas proximidades da BR-163, sentido Itaúba, onde seguia em uma bicicleta, conforme Só Notícias já informou. De acordo com o delegado da Delegacia Especializada de Defesa da Mulher, Criança, Adolescente e Idoso, Sérgio Ribeiro Araújo, o homem relatou que o motivo das agressões seria uma possível traição da mulher.

“O assassino disse que teria chegado em casa por volta das 15h, e a sua filha menor teria dito a ele que sua mãe estaria tendo relacionamento com outra pessoa, e contou como aconteciam os fatos. Ele ficou remoendo aquilo durante o dia, chegou à noite, por volta das 20h, após ingestão de bebida alcoólica, houve uma discussão, e em posse de uma marreta começou a espancar a vítima”, detalhou, esta manhã, entrevista coletiva.

Ainda segundo Araújo, as filhas do casal, de 8 e 14 anos, presenciaram o crime. “A mais velha possuí problemas, tem necessidades especiais, e não conseguiu entender a situação. A mais nova presenciou o seu genitor desferindo golpes contra a cabeça e barriga da mulher. Ouvimos também a mãe da vítima, que relatou que quando eles residiam no Pará, ocorreram outros episódios de violência”.

No dia do crime, um vizinho tentou intervir nas agressões segurando o assassino, após ouvir a vítima pedindo por socorro e dizendo que seria morta. Por medo do acusado estar armado, acabou o soltando e acionou a PM. Quando a guarnição chegou, ele conseguiu fugir pulando muros. “Conseguimos provar que o indivíduo que foi preso é o autor dos fatos. Foram feitas as perícias, e em menos de 48 horas foi solucionado o caso”. “Foi um crime bárbaro, que envolveu uma questão de subjugação da mulher, ele achar que era proprietário dela”.

Já sobre a cova cavada, o delegado disse que o suspeito alegou que não seria para enterrar a mulher. “Ele falou que não se tratava de uma cova, que ele ia fazer um jardim e, por isso, cavou aquele buraco. É importante dizer que isso revela também uma certa premeditação. Não há sombra de dúvidas quanto a autoria. A esposa queria terminar o relacionamento, já havia avisado que queria se separar, mas não sabia como se fugir daquele agressor”.

Outro ponto que demonstra uma possível premeditação, é que no dia do crime, o suspeito chegou a falar para seus companheiros de trabalho, que a mulher viajaria no fim de semana. “Os companheiros contaram que ele já havia avisado isso na obra, dando a entender que possivelmente ele tinha premeditado esse caso. Ele relatou que perdeu a cabeça a partir do momento que iniciou a discussão”.

“Independente dela ter ou não um relacionamento extraconjugal, isso não é desculpa, não justifica ninguém tirar a vida de ninguém, ainda mais com uma extrema violência, a marretadas. Ele praticou o crime de feminicídio, agravado pelo meio cruel, contra uma pessoa que não tinha como se defender naquele momento, haja visto que havia ingerido bebida alcoólica”, emendou Araújo.

Um dos episódios anteriores de violência, foi uma tentativa de homicídio contra Francinete. “Ela (mãe da vítima) relatou que ele era muito violento, e tinha o costume de bater muito nela”. “Nessa situação, eles estavam separados, ele a convidou para jantar tentando reatar o relacionamento, a levou em um restaurante. Após sair, teria levado ela para uma estrada rural, onde sacou uma faca do baú da moto e tentou esfaqueá-la. Um rapaz ia passando, acionou a PM, e quando chegou ele se evadiu”.

Mesmo com essa tentativa, a vítima reatou o relacionamento. Já em abril de 2020, chegou a registrar outro boletim contra ele, em Sinop, por ameaça. “O suspeito convivia com aquela senhora há mais de sete anos, e durante esse relacionamento, eles tinham histórico de violência”. “Mesmo com as continuações de agressões a senhora Francinete não procurou a Polícia para denunciar. Era uma relação turbulenta e violenta, onde o sentimento de ciúmes era muito grande”.

Além disso, agora a pena ainda pode ser agravada pelo fato do crime ter sido cometido na frente das filhas. O suspeito segue preso na delegacia de Polícia Civil e hoje deve ser interrogado. Em seguida, deverá ser encaminhado para uma unidade prisional.

Francinete teve a morte confirmada na terça-feira de manhã, no Hospital Regional de Sinop, com causa registrada como choque neurogênico. O corpo começou ser velado às 4h, na capela municipal e o sepultamento ocorreu 10h30, em Sinop. As filhas estavam aos cuidados do Conselho Tutelar e foram entregues a avó, que mora em Itaituba, no Pará e está em Sinop, cuidando dos procedimentos necessários.

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