No primeiro semestre deste ano, 47 mulheres foram assassinadas em Mato Grosso. O número é 6% menor que o mesmo período de 2020, quando houve 50 casos. Do total deste ano, 23 mortes foram tipificadas como feminicídios, o que representa redução de 30% em comparação com o ano passado, quando foram registrados 33 casos. Os dados são da Superintendência do Observatório de Segurança Pública, vinculada à secretaria de Estado de Segurança Pública.
Já o ano passado apresentou 62 casos de feminicídios, que é o homicídio de mulheres praticados em virtude de violência doméstica e familiar ou menosprezo/discriminação contra a condição de mulher.
Os municípios que tiveram registros deste crime foram: Lucas do Rio Verde e Rondonópolis, com três casos cada; Sorriso e Sinop, cada um com dois casos; e Novo Horizonte do Norte, Juara, Colíder, Cáceres, Campo Verde, Brasnorte, Várzea Grande, Querência, Santo Antônio de Leverger, Ribeirão Cascalheira, Cláudia, Araputanga e São José do Rio Claro, com um caso cada.
Das 47 mortes envolvendo mulheres de todas as idades, e com todas as motivações, a maioria (38%) ocorreu com uso de arma cortante ou perfurante; 21% com arma de fogo; 21% com outros meios; 9% com arma contundente; 9% por força muscular e 2% utilizaram veículo.
A Superintendência do Observatório de Segurança Pública também levantou as principais ocorrências envolvendo vítimas femininas de 18 a 59 anos de idade em Mato Grosso, de janeiro a junho deste ano, em comparação com o mesmo período do ano passado.
Crime com maior número de registros, a ameaça passou de 8.791 registros para 8.568, ou seja, teve uma redução de 3%. Lesão corporal foi o motivo de 4.220 ocorrências, contra 4.583 no primeiro semestre de 2020, o que representa -8%. Os casos de injúria e difamação reduziram menos de 1%, sendo 2.489 em 2021 e 2,5 mil em 2020, e 1.270 este ano contra 1.274 no ano anterior, respectivamente.
Já o crime de calúnia apresentou redução de 6%, passando de 768 para 725 casos, bem como assédio sexual, que reduziu de 85 para 79 ocorrências (7%). Os casos de estupro registrados em 2021 somam 205, sendo que no mesmo período de 2020 foram 214 (-4%).
Por outro lado, a violação de domicílio aumentou de 424 casos no ano passado para 472 este ano (11%). Outro crime que apresentou maior número de registros foi importunação sexual, já que este ano foram identificados 118 casos e no ano anterior foram 99, ou seja, 19% a mais.
O Disque-denúncia específico para violência contra a mulher é o 180, que funciona 24 horas por dia. A vítima também pode denunciar o crime pelos Disques 197 e 181, da Polícia Civil. Já para acionar a Polícia Militar em uma emergência, ou seja, no momento em que a violência ocorre, é só ligar 190. Os registros de ocorrência podem ser feitos em qualquer delegacia, nos municípios em que não há delegacia especializada.
Agora a mulher também pode solicitar medida protetiva quando se sentir ameaçada, pelo site sosmulher.pjc.mt.gov.br. Para aquelas que já possuem a medida em funcionamento e que moram em Cuiabá, Várzea Grande, Cáceres e Rondonópolis, também foi lançado o aplicativo do Botão do Pânico, para ser acionado em caso de descumprimento pelo agressor. Para baixar, basta digitar SOS Mulher MT.