O presidente da Cooperativa dos Caminhoneiros Autônomos de Sinop (Cooperlog), Cleomar José Immich, disse, em entrevista, ao Só Notícias, que o setor está surpreso com o aumento no combustível anunciado pela Petrobras, ontem, mas descartou qualquer possibilidade de paralisação, pelo menos neste primeiro momento. O diesel teve aumento médio de R$ 0,10 (3,7%) por litro e passou a custar R$ 2,81 nas refinarias e a gasolina R$ 0,16 (6,3%), fazendo com que o litro do combustível saia de R$ 2,53 e chegue a R$ 2,69.
Para o Immich, a surpresa é ainda maior já que o general da reserva Joaquim Silva e Luna foi indicado ao cargo máximo da estatal, em fevereiro, pelo presidente Jair Bolsonaro, justamente por estar insatisfeito com os reajustes nos combustíveis. “A gente esperava uma situação melhor, sem essas surpresas desagradáveis. Tem um povo que anda bem revoltado com essa situação. O frete não acompanha o aumento percentual e também se acompanhar tem algumas coisas que sobem mais que o diesel. O pneu, peças tudo acaba sofrendo reajuste. Tudo vai subir, muitas vezes além do percentual”.
De acordo com o último levantamento da Agência Nacional de Petróleo (ANP) entre os dias 27 a 3 desse mês, feito em seis municípios mato-grossenses, o preço médio do diesel mais barato na bomba é em Várzea Grande R$ 4,601 e o mais caro é em Alta Floresta R$ 5,204. Em Sorriso estava R$ 4,965, Rondonópolis R$ 4,819, Cuiabá 4,759 e Cáceres R$ 4,760.
“A gente tem esperança que isso não chegue tudo na bomba, tem a distribuidora ainda no meio, de repente absolve um pouco. Temos essa esperança que não venha tudo para o nosso bolso, mas provavelmente vai vir. Uma surpresa que não acreditávamos”, lamentou o presidente.
Sobre uma possível paralisação do setor, Immich disse que “é muito difícil porque a maioria dos caminhoneiros apoia o governo (Bolsonaro) apesar dos pesares. Digamos assim, que a insatisfação é ao nível maior, mas neste primeiro momento não vamos nos pegar a detalhes. O caminhoneiro antes de tudo é patriota, cidadão e quer ver o País melhor nem que para isso tenha que pagar o preço. Acreditamos nessa tese. Tem sim, alguns comentários a respeito (de paralisação) mas sem chance neste momento”, descartou.
Segundo a Petrobras, os reajustes acompanham a elevação nos patamares internacionais de preços de petróleo e derivados. A empresa informa também que evita repassar imediatamente a volatilidade externa aos preços do mercado interno, mas busca o equilíbrio de seus valores com o mercado internacional e a taxa de câmbio.