O fim do sigilo que havia sob o inquérito dos atos antidemocráticos, investigados pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e que ontem teve divulgação autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, trouxe à luz um pedido de prisão contra o ativista de extrema-direita e que concorreu à prefeitura de Sinop, ano passado, Marcelo Stachin (PRTB). O pedido foi elaborado pelo deputado Nereu Crispim (PSL-RS) e estendido aos ativistas Sara Geromini e Comandante Paulo.
Apesar de ser membro da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) das Fake News (que está suspensa durante a pandemia do novo Coronavírus), Crispim explicou ao Só Notícias que o pedido de prisão partiu do seu gabinete e ele se utilizou da “prerrogativa de deputado” e de “cidadão brasileiro” para defender as instituições, a constituição e a democracia.
O parlamentar argumenta que Stachin e outros apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) aparecem em vídeos ameaçando o STF dizendo que iriam “dar cabo a essa patifaria estabelecida no país e representada por aquela casa maldita do Supremo Tribunal Federal, com seus 11 gângsteres que têm destruído a nação”.
Crispim (que foi apoiador e hoje é opositor de Bolsonaro) acrescentou que Stachin publicou em suas redes sociais uma “convocação de todo o povo brasileiro para estarem presentes em Brasília, no dia 08 de maio de 2020, com previsão de arregimentação de 300 caminhões e respectivos ocupantes, além de militares da reserva, civis, homens, mulheres e crianças”.
Ainda no documento enviado ao STF, Crispim utiliza termos comuns à época da ditatura militar para classificar as ações de Stachin como “crime de incitação à subversão da ordem política e social” e de outros “crimes contra a segurança nacional”.
“Ressalto que além da oitiva da senhora Sara Winter, do senhor Paulo Felipe e do senhor Marcelo Stachin no respectivo inquérito para apuração do financiamento e propagação de ideias contrárias a ordem constitucional e ao Estado Democrático, seja determinada, por esta Corte Constitucional, a prisão preventiva por atos atentatórios aos três Poderes da República, supressão de garantias fundamentais, e ataques às conquistas democráticas tornadas realidades com a Constituição Federal cidadã, promulgada em 1988″, reforçou o deputado.
O pedido de Crispim contra Stachin não foi acatado por Moraes mas, em maio do ano passado, o ativista que reside em Sinop, foi alvo de busca e apreensão da Polícia Federal e prestou depoimento, voluntariamente, em Cuiabá.