As defensorias públicas do Estado e da União enviaram um ofício ao secretário estadual de Saúde, Gilberto Figueiredo, solicitando medidas mais restritivas para conter a nova variante do coronavírus, conhecida como cepa indiana, que já registra um caso suspeito em Rondonópolis. O Estado tem cinco dias para responder ao ofício.
Segundo o defensor público estadual Fábio Barbosa, coordenador do Grupo Estratégico em Direitos Coletivos em Saúde Pública (Gaedic Saúde), diante de uma possível terceira onda da pandemia, o objetivo do ofício é cobrar medidas do Estado visando evitar a transmissão comunitária da variante indiana, que já foi detectada em alguns estados, como Maranhão e São Paulo. Há ainda um caso suspeito de um caminhoneiro internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Regional de Rondonópolis.
“Cobramos medidas do Estado, se já organizou protocolo, se está acompanhando o caso em Rondonópolis, se vai manifestar em relação aos demais municípios para que criem seus protocolos ou vai encaminhar um protocolo, pedindo ou orientando para que procedam novas medidas restritivas, barreiras, testagem em massa da população”, explicou Barbosa, que assina o documento junto com o defensor público federal Renan Sotto Mayor.
Frente ao risco de uma terceira onda da pandemia, com a possível transmissão comunitária da variante indiana, também existe preocupação quanto ao número de leitos de UTI Covid disponíveis à população em Mato Grosso.
“Requisitamos informações sobre os leitos, se algum leito foi desativado, porque até então, nos últimos dias, estavam sobrando leitos, se houve desabilitação de leitos por parte do Ministério da Saúde, do próprio Estado ou dos municípios com pactuação sobre os leitos, e se já existe algum programa, uma vez que na última onda tínhamos um número alto de pessoas aguardando na fila, muitas inclusive vieram a óbito na fila”, sustentou Barbosa, frisando que o Estado deve se preparar para o pior cenário.
Há quatro dias, conforme Só Notícias já informou, o secretário estadual Gilberto Figueiredo afirmou que Mato Grosso ainda não tinha casos registrados da variante indiana do coronavírus. Em entrevista à rádio CBN, de Cuiabá, o gestor ressaltou, por outro lado, que o assunto é motivo de preocupação.
“Essa preocupação existe. Ainda não está assegurada a eficácia de todas as vacinas que estamos utilizando. Até o momento, parece que só tem assegurada a eficácia da Astrazeneca e Pfizer para essas variantes, ainda faltam estudos da vacina coronavac. Então, o próprio Ministério da Saúde passará a adotar medidas nacionais principalmente nos aeroportos para que ela (a variante indiana) seja contida”, comentou Gilberto.
O último boletim do governo do Estado, divulgado nesta sexta-feira, apontou que, nas últimas 24 horas, mais 40 pessoas morreram em Mato Grosso em decorrência da covid. O total de óbitos em decorrência da doença chegou a 10.849.
Entre casos confirmados, suspeitos e descartados para a Covid, há 453 internações em UTIs com 87,96 % de ocupação. Já nas enfermarias são 368 internados com 42% de ocupação.