O Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado do Ministério Público do Estado detalhou, há pouco, que aproximadamente 130 diplomas e 110 históricos escolares falsos com prejuízos na ordem de quase R$ 1 milhão a dezenas de alunos com relação a apenas uma das instituições utilizadas pela organização criminosa alvo da operação Zircônia deflagrada, esta manhã.
Segundo dado do GAECO, durante a investigação foi constatado que muitos desses documentos falsos foram utilizados pelos ex-alunos das instituições de ensino utilizadas pela organização como implemento de condição (escolaridade nível superior) para ocupação de cargos públicos, elevação de nível ou de classe (progressão na carreira) e, no caso de servidores da Educação, para obtenção de pontos utilizados na atribuição de classes e aulas para professores.
Conforme Só Notícias já informou, hoje, durante a operação, foram cumpridas 35 ordens judiciais, além dos bloqueios bancários, em Cuiabá e Várzea Grande e um Minas Gerais. Com início em 2019, no decorrer da investigação dezenas de ex-alunos foram intimados e ouvidos no GAECO, ocasiões em que os diplomas, históricos escolares e certificados de conclusão de curso superior expedidos fraudulentamente pela organização criminosa, utilizando-se de nomes de outras Instituições de ensino superior, foram apreendidos.
A investigação demonstrou que a organização criminosa ofertava e ministrava, em nome dos estabelecimentos de ensino sediados em Cuiabá, cursos de nível superior – geralmente Tecnólogo em Gestão Pública e Bacharelado em Administração – sem a devida autorização do Ministério da Educação.
A decisão proferida pelo juízo da 7ª Vara Criminal de Cuiabá contempla ofícios ao Ministério da Educação, secretaria de Estado de Fazenda e à Junta Comercial de Mato Grosso acerca da suspensão das atividades pelas instituições de ensino utilizadas pelos investigados.
A operação contou com a participação de integrantes do Gaeco (composto por membros do MP, Polícia Civil e Militar) de Cuiabá e das unidades regionais de Sorriso, Cáceres e Rondonópolis e apoio do Grupo Operacional Permanente do Núcleo de Ações de Competência Originária (Naco – Criminal) e da Delegacia Especializada no Combate à Corrupção (Deccor).