O juiz Maurício Alexandre Ribeiro decidiu submeter a júri popular quatro acusados de envolvimento na morte de Juarez Goulart, 51 anos. A vítima teve a casa invadida por um criminoso, que fez quatro disparos de pistola .380. O crime ocorreu em agosto do ano passado, em Colíder (160 quilômetros de Sinop).
O ex-vereador de Terra Nova do Norte (165 quilômetros de Sinop) Aldo Lopes de Carvalho é suspeito de encomendar a morte de Juarez e será julgado por homicídio qualificado, cometido por motivo torpe. Cristiana Matias Barbosa, apontada como a responsável por intermediar a contratação dos executores do crime, vai a júri por homicídio em concurso de agentes.
Bruno Nicola Fernandes, acusado de atirar em Juarez, será julgado por homicídio duplamente qualificado, cometido mediante promessa de recompensa e de maneira que dificultou a defesa da vítima. Já Wagner Nunes de Souza, que teria dado apoio ao assassinato, aguardando Bruno em uma motocicleta, vai a julgamento por homicídio qualificado, cometido mediante promessa de recompensa.
Ao determinar o julgamento, o juiz ressaltou que “as provas produzidas não permitem aferir, de plano, que os acusados não concorreram e/ou praticaram a conduta descrita na denúncia, a ensejar a rejeição da imputação e não submetê-los ao Tribunal do Júri (impronúncia), sendo que as negativas e refutações do crime devem ser analisadas pelo mencionado conselho”.
Maurício ainda decidiu manter os quatro acusados na cadeia. Todos ainda podem recorrer da sentença de pronúncia (que determinou o júri popular).
Durante as investigações, coordenadas pelo delegado Eugenio Rudy, foi identificado que o crime teve motivação passional e que teria sido encomendado pelo ex-vereador de Terra Nova do Norte, que não aceitava o fim do casamento de 30 anos com a ex-esposa. Com base nos levantamentos, o delegado representou pelos mandados de prisão e busca e apreensão contra os quatro suspeitos, que foram cumpridos nas cidades de Colíder, Sinop e Terra Nova do Norte.
A companheira de Juarez (ex-esposa de Aldo), de 48 anos, não foi alvejada e ainda tentou correr atrás do atirador. As investigações apontaram que o ex-vereador teria pago R$ 20 mil para Cristiana, que intermediou o assassinato, contratando os matadores, que teriam recebido R$ 10 mil para a execução do crime.
Aldo já foi vereador por Terra Nova do Norte e também era candidato nas últimas eleições.