Continuará na cadeia o jovem de 20 anos acusado de encomendar o assassinato do pai, Adijalmo Alves da Silva, 58 anos, atingido por facadas, enquanto dormia, na própria residência no bairro Vila Esperança, em Marcelândia (165 quilômetros de Sinop). O crime foi cometido em dezembro de 2018.
Em fevereiro deste ano, conforme informado em primeira mão por Só Notícias, a juíza Thatiana dos Santos havia decidido colocar o acusado em liberdade, mediante cumprimento de medidas cautelares. Em abril, porém, a magistrada decretou novamente a prisão, após a mãe e o padrasto do réu registrarem um boletim de ocorrência contra o suspeito. Os familiares afirmaram à polícia que a “vida virou um verdadeiro inferno”, desde a soltura do acusado.
Agora, a juíza reanalisou a prisão, conforme determinação do Código de Processo Penal, e decidiu manter o réu na cadeia, uma vez que a instrução processual já foi encerrada. “Perfilhando detidamente os autos, nota-se que não há notícia de fato que enseje a revogação da prisão preventiva, bem como ainda se fazem presentes os requisitos autorizadores da segregação cautelar. Ademais, já foi encerrada a instrução processual, estado o processo somente aguardando o retorno das atividades presenciais para a designação da sessão de julgamento”.
O rapaz e o acusado de executar Adijalmo iriam a júri por homicídio triplamente qualificado, no dia 19 de fevereiro. Porém, naquela data, a juíza decidiu suspender a sessão, citando “continuidade da pandemia e o aumento de casos da covid-19 na comarca”. Posteriormente, a defesa discordou com a realização do júri híbrido e, por isso, uma nova data ainda não foi designada.
De acordo com a denúncia, o assassinato teria sido cometido por vingança. Isso porque o rapaz teria “atritos familiares com seu pai”. Nessa versão, Adijalmo teria cobrado o filho por, supostamente, se envolver com drogas e não trabalhar. “Em virtude desses atritos, motivado pela torpe vingança”, o jovem teria decidido matar o pai.
A denúncia aponta que o acusado ofereceu R$ 5 mil para um rapaz de 24 anos executar Adijalmo. O suspeito ainda teria deixado a porta aberta e providenciado para que o pai ficasse sozinho em casa. O contratado, então, teria se deslocado até a residência “e, com extrema crueldade e aproveitando-se que a vítima estava dormindo sem poder esboçar defesa, desferiu diversos golpes de faca”.
Os dois acusados negam o crime. O filho da vítima disse que o objetivo era apenas “dar um corretivo” e que sua mãe era agredida pela vítima. No entanto, afirmou que contratou dois adolescentes para a tarefa e eles acabaram matando Adijalmo. Negou ainda ter se encontrado com o outro rapaz de 24 anos.