Mato Grosso tem mais de 3,7 milhões de hectares de áreas com Manejo Florestal Sustentável averbadas, e a meta do Governo Estadual, através da Secretaria de Estado do Meio Ambiente (SEMA) é chegar a seis milhões de hectares de manejo até 2030. O Centro das Indústrias Produtoras e Exportadoras de Madeira do Estado de Mato Grosso (Cipem) e os sindicatos de base florestal, como Sindicato das Indústrias Madeireiras do Norte do Estado de Mato Grosso (Sindusmad) atuam como parceiros neste propósito com incentivos aos produtores do setor de base florestal porque é a atividade econômica que mais protege a floresta por meio da colheita de árvores previamente selecionadas, o que garante além da conservação da floresta, viabilidade econômica e a produção de forma contínua. A prática, regulamentada por uma legislação rigorosa, segue algumas etapas antes da extração como: levantamento das espécies, planejamento da colheita e o mapeamento do local.
Segundo o engenheiro florestal da Embrapa Florestas, o pesquisador doutor Evaldo M. Braz, é necessária uma estrutura muito bem planejada dentro da floresta. “Tem que fazer uma rede de estradas, com uma distância mínima entre elas, ter um número máximo de pátios que serão abertos, além de ser calculada as trilhas de arrastes, por onde vão passar as toras até o pátio de estocagem. A operação é praticamente cirúrgica, de tanta precisão. Nada vai ser feito ao acaso. A entrada na floresta não é ao acaso e por isso, o dano é o mínimo, se é que há dano”, enfatizou.
Dentre os critérios para a seleção de corte das árvores está a seleção das espécies e ciclo de corte, a fim de garantir a sustentabilidade do sistema. “Se considerar espécies com mais de 20 centímetros de diâmetro, em um hectare terão, em média, umas 220 árvores, mas serão retiradas aquelas com mais de 50 centímetros de diâmetro, ou seja, de cinco a seis árvores apenas. Sob manejo a área impactada é 5% e o número de árvores retiradas é 12 a 15%. Então fica a grande maioria. Os ciclos são de 25 a 35 anos tornando-se um santuário para a fauna. E, após a retirada, ficou ainda uma floresta adulta que precisa crescer mais um pouco. No manejo, o que se propõe retirar são as árvores velhas que já atingiram a senescência delas”, explicou.
Tempos em que o desmatamento é pauta mundial, o Manejo Florestal Sustentável é a forma mais eficaz de evitá-lo porque mantém uma estrutura florestal remanescente. Entretanto, como explica o professor doutor, o manejo ainda é confundido com outras atividades que removem a cobertura florestal. “O desmatamento destrói completamente a floresta, para que seja feito outro uso, como implantar outra cultura. Os madeireiros mantêm a cobertura florestal. Para eles não interessa uma área sem floresta. Interessa uma área que possa reproduzir e produzir novas fontes de madeira perenemente”.
Para atingir a meta de seis milhões de hectares, a secretária estadual de Meio Ambiente Mauren Lazzaretti, explicou que a estratégia do governo é investir no aperfeiçoamento do funcionamento da Sema e fortalecer a cadeia produtiva de base florestal. “O governo do Estado está fortalecendo as estruturas estaduais e a cadeia produtiva de base florestal trabalhando na eficiência do funcionamento da secretaria para garantir que os projetos de plano de manejo sejam aprovados no tempo legal e tenham qualidade da informação. O tempo médio da análise de processos da Gestão Florestal está abaixo do prazo legal de 180 dias. Hoje 82% dos processos de manejo florestal são finalizados antes do prazo, em uma média de 90 a 110 dias”. Atualmente, a Sema está com 140 projetos de manejo em análise.
Outra novidade será a rastreabilidade do produto florestal para que possa ter um mercado garantido. “A Sema projeta a revisão do projeto digital de manejo com implementação da rastreabilidade ainda este ano, com o implemento de confiança do produto da cadeia produtiva de base florestal do estado de Mato Grosso”, garantiu. Além disso, a secretária também atribuiu a eficiência do órgão, Investimentos em tecnologia, redução do tempo de análise e combate à exploração ilegal, como estratégias para a consolidação da cadeia produtiva de base florestal.
A atividade é incentivada pelo Cipem e os sindicatos de base florestal que fazem a divulgação contínua dos ativos ambientais do Manejo Florestal Sustentável, que concilia a viabilidade econômica da colheita dos produtos florestais aliado ao uso consciente do solo, além da conservação das espécies vegetais, mantendo a floresta em pé, respeitando fielmente as normas legais existentes.
A informação é da assessoria.