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Projeto de ditadura

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Com as atenções voltadas para os casos de Jucá, Renan, Sérgio Machado, Ministério da Cultura, votação da meta fiscal, passou meio em branco o documento aprovado pela direção nacional do PT, que faz uma análise dos acontecimentos de que o partido foi o sujeito principal. A “Resolução sobre Conjuntura”, da cúpula do PT, afirma que houve um golpe desfechado pelo imperialismo internacional com o apoio da burguesia nacional, das “classes dominantes” e dos “monopólios da informação”. E que é preciso resistir. À linguagem de militância revolucionária de antigamente, só faltou acrescentar a convocação de “proletários do mundo, uni-vos” – do manifesto comunista de Marx & Engels.

O importante do documento é a confissão de que realmente tentaram atrelar o estado brasileiro à ideologia e ao partido, tal como fizeram Lênine e Stálin com o estado soviético. A “Resolução” lamenta não ter conseguido fazer um estado só de trabalhadores; reconhece que se descuidou no controle da Polícia Federal e do Ministério Público; que deveria ter modificado os currículos das escolas militares; que deveria ter promovido oficiais com “compromisso democrático e nacionalista” e que deveria ter valorizado a “ala mais avançada” do Itamaraty e que não deveria ter destinado verbas públicas de propaganda aos “monopólios de comunicação”. Nunca se viu melhor confissão de intenções para criar um modelo soviete no Brasil. Perto disso, o discurso do presidente da UNE, José Serra, em 13 de março de 1964, virou peça de aprendiz de feiticeiro.

E já que se falou tanto de cultura, o Ministério da Cultura foi aparelhado para controlar conteúdo, fazer propaganda ideológica. No fundo, censura, sem “diversidade cultural”. Tentaram criar o Conselho Federal de Jornalistas, para patrulhar redações e cérebros, cassar a liberdade de opinião e de imprensa. Para isso, se aparelhou o estado brasileiro da mesma forma que a nomenklatura soviética. Nos livrarmos disso tudo foi, na verdade, mais um contragolpe registrado em nossa história contemporânea. Para isso, usaram-se os meios que a Constituição, as leis, o Supremo e o Congresso dispõem para salvar a democracia, sempre que ela corre perigo. É a democracia com seus próprios mecanismos de auto-proteção. O documento do PT comprova que havia, nesses últimos anos, um processo de tomada de poder, com idéias de Lênine e Gramsci, via Foro de São Paulo.

Esse projeto agora confessado, estava nos levando para a catástrofe. Como Cuba,  Venezuela, a Argentina de Kirchner. O maior rombo da história nas contas públicas: 170 bilhões; a destruição da maior estatal, a Petrobras; o fechamento de fábricas e lojas e o consequente desemprego de mais de 11 milhões de brasileiros, sem contar os milhões que não conseguem o primeiro emprego e uma crise moral sem precedentes, com corrupção em todos os níveis. Serviços públicos de saúde, educação, segurança desmontados. Num país com o potencial de riqueza que temos, a ideologia do início do século passado foi desastrosa. E resulta sempre em ditadura. 

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