Na capital do país, um aluno entrou a cavalo na escola pública, para cobrar dívidas de droga. Em outra escola pública, a Diretora foi ameaçada de morte, porque quis impor disciplina, e precisou fugir, deixando o cargo. A Polícia Militar precisa cercar as escolas públicas para evitar assaltos, revistar mochilas para descobrir armas e drogas, e garantir a integridade física dos professores. Um deles foi morto a tiros na frente da escola. Como chegamos a essa profundidade do abismo da desordem? Fácil: devemos isso aos que pregaram uma escola sem disciplina, que fosse risonha e franca, atraente para todos os alunos; uma escola que não cobra, que não reprova. Uma escola em que nem alunos e professores sejam cobrados. Uma escola sem livros, mas com a cultura da sensualidade e do barulho pseudo-musical, do primitivismo. Uma escola que possa render números para o governo, embora seja um fiasco nas avaliações internacionais e tenha um ensino medíocre que não prepara o futuro das pessoas nem do País.
Recebi um video de uma reportagem da TV Band de Manaus, que mostra uma escola que é o oposto de tudo isso. Uma escola pública estadual, em meio a um bairro violento da periferia, que foi entregue à administração da Polícia Militar. Em um ano, houve uma transformação. Os que eram alunos-problema se transformaram em jovens com futuro. A escola passou a ensinar e não a temer traficantes e drogados. Pais e mães estão felizes porque agora têm filhos libertados dos vícios e dos descaminhos e sendo preparados para a vida. O mérito passou a imperar. O tenente-coronel diretor-comandante diz que a liderança não é da menina linda nem do menino mais bonitinho; é da menina mais inteligente, do menino mais estudioso; dos que conquistam as melhores notas.
A disciplina foi o caminho; a ordem e o respeito aos professores; o estímulo ao compromisso, à verdade, aos valores da família e da cidadania. E não fizeram mais que o óbvio. Assim era nos meus tempos de grupo escolar, nos anos 40 e 50. Ninguém jamais ousaria entrar de chapéu na sala de aula – respeita-se a escola e as boas maneiras. A professora entrava e todos nos levantávamos em sinal de respeito à autoridade. Conversar com amigos só no recreio. No entanto, provavelmente sem intenção de enfraquecer querer destruir a nacionalidade, alguns ideólogos quiseram inverter tudo no ensino público: a escola em que quem manda é o aluno. Deu no que deu. Escola virou caso de polícia. Agora, por ironia, uma reportagem mostra que é a Polícia Militar que dá a solução. Se quiser ver, aí vai o endereço eletrônico: https://www.youtube.com/watch?v=vOGtnUiKQwo
Em Manaus há mais três escolas assim. Para quem teme que estejam a tirar policiais das ruas para trabalhar em escolas, é bom lembrar que essas escolas vão diminuir a necessidade de policiais nas ruas futuramente. Sem disciplina, nenhuma atividade humana tem êxito e isso é comprovado pelas escolas públicas militares do Exército e da PM nos estados, que se destacam como as melhores em todas as avaliações. E são uma esperança; um exemplo que está sendo oferecido às autoridades – federais, estaduais e municipais – de que a solução é voltar à fórmula de décadas atrás, de disciplina, gratificação pelo mérito, valores cívicos e familiares e prática de responsabilidade. A escola e a família precisam ter mais força que os traficantes de idéias nocivas e de outras drogas.