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O sono de avestruz

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Todo dia aparece algo novo da “velha senhora”. Agora a revista Época denuncia o recebimento de 12 milhões pelo coordenador da campanha de Dilma, o ministro da Fazenda de Lula, Antônio Palocci – aquele que fez o país saber que o caseiro Francenildo havia ganho uns trocados para não envolver na Justiça seu pai biológico. Velha senhora é a denominação respeitosa, irônica e eufemística que a presidente Dilma deu à corrupção e suas malfeitorias.Todo dia aparece algo novo a nos comprovar que a velha senhora opera com desenvoltura em ministérios, estatais e fundos de pensão. E, para maior desespero nosso, vamos descobrindo que a velha senhora não é apenas federal, mas também estadual e municipal. Ela é uma semeadora de malfeitorias também na capilaridade da Federação, o município.

Prudentópolis, no Paraná, é um exemplo disso. O prefeito, do PPS, antigo Partido Comunista,  foi flagrado recebendo dinheiro em Curitiba, da empresa de coleta de lixo na sede do município. Os filhos do prefeito faziam parte do esquema, mostrando que não é um ente federativo que detém a desonestidade, mas seus operadores e respectivas famílias, amigos e parentes. O que acontece em Prudentópolis, mostra que o executivo não faz isso sozinho. Vereadores também integram aquilo que a polícia chama de “associação ilícita”. E isso acontece num município colonizado por ucranianos, conhecidos por seus valores morais, religiosidade e amor ao trabalho. Mesmo assim, lá existem mãos molhadas pela propina que sai de mãos calejadas que geram impostos. 

Não culpemos apenas a política como contagiosa. O contágio vem antes dela. O jovem prefeito de Itaguaí, na região metropolitana do Rio de Janeiro, nunca havia estado na política quando foi eleito prefeito pelo PSDB em 2012. Foi afastado do cargo há três semanas e já tinha um helicóptero, um Mercedes AMG, um BMW X-6, um Porsche Panamera e  uma Ferrari de 1,7 milhões de reais. Segundo a Polícia Federal, o prefeito, de 32 anos, desviava por mês de 10 a 30 milhões de reais dos royalties do petróleo e do Sistema Único de Saúde. O prefeito afastado se diz “muito religioso”.

O PT parece ter um esquema para ser sócio do estado e assim continuar no poder. Mas a corrupção não é exclusiva de um partido. Está disseminada por todos os partidos, porque corrupta é a pessoa, não o ente governamental ou político. Nos dois casos acima citados, fala-se em religiosidade dos autores. A religião tampouco é responsável pelo seguidor corrupto. Conclui-se então que o corrupto é cria de si próprio, não importa o ambiente em que se formou. Pode ter faltado formação familiar em ética e cidadania, mas a entrada do corrupto no caminho do crime é decisão própria. E para que não roube mais dos de mãos calejadas, precisa ser retirado de circulação, atrás das grades, com leis que façam isso. É importante perceber isso, nesses tempos em que o gigante deitado eternamente em berço esplêndido dá alguns sinais de que pode acordar. Tomara que não seja apenas um bocejo, antes de virar para o outro lado e mergulhar de novo em sono de avestruz.

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