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Dois mil dias de Dilma

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Dentro de 40 dias, o Brasil terá experimentado 2000 dias de Dilma na Presidência da República. Foram quatro anos de semeaduras e já pouco mais de cem dias de desastrosa colheita. Lula a criou como grande gerente da economia e deixou em seu testamento o ministro Mantega, do “sim, Senhora”. Todas as bondades desequilibraram as contas públicas e geraram desequilíbrio fiscal, inflação e falta de crescimento. Gastou demais e investiu de menos o dinheiro dos impostos de todos. Por ironia, seu maior fracasso foi no setor em que supostamente ela seria a maior entendida: o setor elétrico e de energia. O setor ficou capenga – da Eletrobrás à Petrobrás. 

A frustração explodiu só neste ano, porque a realidade foi comparada com o marketing da campanha da reeleição: disse que não precisaria de ajuste fiscal, que a inflação estava sob controle, que direitos sociais não seriam mexidos “nem que a vaca tussa”. Fez uma campanha destruidora contra Marina, acusando-a de ligação com os banqueiros e convidou o presidente do Bradesco para ser seu Ministro da Fazenda. E assim como ficou refém das invencionices de seus marqueteiros de campanha, seus erros políticos a deixaram agora refém do PMDB. Seu temperamento a fez cometer mais erros, porque intimida os que poderiam ajudar a não errar.

Depois de mais de quatro anos de desastres nas relações com o Congresso e quatro ministros de relações institucionais, entregou a articulação política ao presidente do PMDB, Michel Temer. E entregou a articulação econômica a Joaquim Levy, que seria da equipe de Aécio. E não conseguiu que o PT elegesse os presidentes da Câmara e do Senado. Enfraquecida no Legislativo, no próprio Executivo que chefia, ainda manobra para ter forças no Judiciário, com o Ministro Toffoli, ex-advogado do PT. E quando fala à Nação, usa o hábito dos ressentidos, de culpar os outros pelos seus fracassos. 

Ela acabou dividindo o poder, para poder carregar a faixa presidencial. Lula já deixou de ser a eminência parda, porque não quer ser contaminado. A propósito, o Instituto Paraná mostra que já foi: se a eleição fosse hoje com Aécio, Marina e Lula, este ficaria em terceiro, com 17,9%. (Isso não vale para dentro de quatro anos, é claro.) Assim, as novas eminências são Levy na Economia e Temer na Política; e Eduardo Campos e Renan Calheiros no Congresso. Dilma está nas mãos dos quatro. Se perder Levy, perde a credibilidade que ainda resta à política econômica, no país e no exterior. Se mexer agora com Temer, que já acumula a vice-presidência, fica parecendo um rompimento com o PMDB. E não pode desafiar Renan e Cunha, porque os dois tem a batuta que dá o andamento do Parlamento. Temos assim, um parlamentarismo de fato, nascido dos tropeções de Dilma nesses quase 2000 dias.

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