Em Cubatão, semana passada, um comerciante foi assaltado por cinco bandidos armados. Reagiu, matou um deles, feriu outro, foi ferido, e os três restantes fugiram. O comerciante foi preso como bandido; a mulher dele, que foi à polícia entregar a arma do marido, também foi presa, por porte ilegal de arma. Se morassem nos Estados Unidos, seriam elogiados pelo prefeito e pelo governador, por terem defendido a lei, a família, a propriedade, como se espera de todo cidadão americano. Mas, estando no Brasil, foram equiparados aos bandidos que os assaltaram.
O estado tira as armas dos cidadão mas não as tira dos bandidos. O estado não respeita o espírito do referendo de 10 anos atrás, em que 64% dos eleitores brasileiros foram contra a proibição de venda de armas de fogo, desejada pelo estado. A reação do estado foi dificultar ao máximo a posse e impossibilitar o porte de arma de fogo. Nos Estados Unidos, onde toda família exerce o direito de ter uma arma em casa, o número de homicídios é de 15 mil por ano, em 300 milhões de habitantes. Aqui, com 200 milhões de brasileiros, temos 55 mil assassinatos por ano.
No Rio Grande do Sul, um lugar que defendeu o território brasileiro das invasões castelhanas, o referendo deu um resultado de 86% em favor das armas. O bandido que entrou armado na casa de uma velhinha em Caxias do Sul levou um tiro na cara. A velhinha foi considerada assassina pelos politicamente corretos. A OAB tem o costume de condenar a polícia e considerar os bandidos como vítimas. As vítimas reais que se danem, porque deve estar na natureza do advogado a defesa de quem for acusado de roubo, homicídio ou corrupção. Semana passada policiais plantaram diante do Congresso 518 cruzes lembrando o número dos colegas que deram a vida para defender os cidadãos desarmados.
O estado não dá segurança, tanto que somos assassinados à razão de 150 por dia, e não permite que nos defendamos. O que pretende o estado brasileiro? Criar uma nação de cordeirinhos acuados pelos lobos? Que tipo de paz pretende nos dar o estado brasileiro? A paz do cemitério? Como no final de “A Revolução dos Bichos”, de George Orwell, em breve não saberemos mais distinguir os bandidos que nos assaltam em nossas casas e nossas ruas daqueles que nos assaltam com suas leis e regulamentos para nos oprimir dóceis e passivos.