PUBLICIDADE

A lição das urnas

PUBLICIDADE

A discreta e brilhante presidente da Justiça Eleitoral, Ministra Carmen Lúcia se disse preocupada com a elevada abstenção nesse segundo turno: um em cada quatro eleitores deixou de comparecer à urna, ou votou em branco ou anulou o voto. Não creio que essa deva ser uma preocupação da Justiça Eleitoral, mas sim dos políticos e suas siglas partidárias. Que tipos de candidatos estão oferecendo os partidos, que não refletem a expectativa de mais de 35 milhões de eleitores? No maior colégio eleitoral do país, de 8 milhões e 619 mil eleitores, 2 milhões 522 mil paulistanos deixaram que os demais escolhessem o prefeito – sugerindo que não queriam nem Serra nem Haddad.

E não se pode dizer que não tenha havido renovação. Muitas caras novas apareceram disputando prefeituras. Significativamente em São Paulo, um iniciante em eleição derrotou um veterano. O vitorioso agradeceu a Lula por ter sido o orientador de uma campanha em que teve o segundo poste vitorioso – como ironizou Haddad, lembrando que antes dele, Lula elegera Dilma. A recíproca é a constatação de que Serra foi atropelado por dois postes, em duas eleições consecutivas. FHC sugeriu renovação, depois da derrota de Serra. Um convite para Serra se aposentar e deixar menos pesados os vôos tucanos.

Se não foi a falta de renovação, teria sido a sombra do Mensalão, a nublar todos os políticos? Algumas correntes do PT já tratam de se livrar da roupa suja. O governador do Rio Grande, Tarso Genro, ex-presidente do PT, diz que o julgamento no Supremo tem seguido o devido processo legal, é limpo e insuspeito – já que oito dos onze ministros foram indicados pelo governo petista. E qualificou de politicamente incorretas as manifestações de correntes ligadas aos condenados que criticam o supremo tribunal do país e não aceitam as condenações. A ministra-chefe do gabinete civil da presidente Dilma, Gleisi Hoffmann, expressou a mesma idéia, ontem, certamente como portavoz de sua chefe.

Há muitas formas de os políticos e suas siglas se recuperarem perante a opinião pública. A primeira delas é cumprir as promessas de campanha. Mal terminou essa eleição municipal, eles já começam, com a cumplicidade ingênua de analistas políticos, a falar nas eleições de 2014, para os governos dos estados e presidência da República. Tratam de desviar o assunto principal, que deveria ser o cumprimento das promessas de campanha. Além disso, mal foram eleitos, alguns novos prefeitos já falam em ir a Brasília para reinvindicar com este ou aquele ministro, chutando para cima as suas responsabilidades. Não é hora de lavar as mãos nem de falar no futuro. O presente é hora de esperar que a posse chegue, para cobrar. Para que as promessas de campanha não fiquem no passado.

PUBLICIDADE
PUBLICIDADE
PUBLICIDADE
PUBLICIDADE
PUBLICIDADE

Mais notícias
Relacionadas

Pedras da Bastilha

Quem procura na mídia previsão para 2025 certamente quer...

Justiça e paz

Logo após a queda do bimotor em Gramado, matando...

Sem rumo

O ex-governador de Brasília e ex-senador José Roberto Arruda...

Defesa e paz

Paulo é filho de um amigo meu, comandante da...
PUBLICIDADE