Antes de embarcar para a assembléia das Nações Unidas, conta-se que o presidente Temer fez uma avaliação das eleições de 2018 com seus ministros e políticos mais chegados. Concluíram que tem razão o marqueteiro de Bill Clinton, James Carville, quando cunhou a expressão que, traduzida, dá em “É a economia, estúpido!”. Avaliam que os bons resultados econômicos favorecerão os candidatos que o presidente apoiar. Não resta dúvida que os resultados estão aí, mostrando reação à administração desastrada do PT, que deixou 14 milhões de desempregados. O desemprego diminui há meses, o crescimento, embora discreto, persiste, inclusive na indústria, o juro básico desaba, a inflação está abaixo da meta, a balança comercial e o agronegócio dão resultados excepcionais.
Mas pensar que é só a economia é uma estupidez, porque seria imaginar que o povo brasileiro está alheio ao problema ético, com a corrupção institucionalizada. O povo certamente está marcado pela falta de ética dos políticos e seus partidos, descobertos pela Lava-jato e outras operações da Polícia Federal e do Ministério Público. Os três presidentes desde 2003 estão denunciados e um já condenado: Lula, Dilma e Temer. Superfaturaram os estádios da Copa, compraram a Olimpíada, inflaram com o BNDES Eike e Joesley, com a Petrobrás as empreiteiras e partidos políticos, grandes empresários estão na cadeira, assim como políticos, tesoureiros de partidos e ex-presidentes da Câmara, ex-presidentes do Senado estão denunciados.
As tragédias populistas cobraram caro dos mais pobres. O estímulo ao consumo e ao crédito deixou-os endividados. Para os grandes, o crédito subsidiado endividou o Tesouro, a desoneração de folhas arrombou o INSS, e o corte demagógico de tarifas derrubou o setor elétrico. Procuradores e juízes que investigam e condenam passam por cima do teto constitucional em seus rendimentos. O agente público privilegiado ganha mais que o trabalhador comum, tem emprego estável e aposentadoria integral, reajustada como se na ativa estivesse. A Constituição de 1988 tornou o país inviável. Crescia em média 5% ao ano desde a República; passou a crescer em média metade disso com a vigência da nova Carta, cheia de direitos e escassa em deveres. A insegurança pública ficou cheia de direitos para bandidos de todas as idades e estamos em 160 homicídios dolosos por dia. O governo Lula viveu de ilusões e Dilma gastou o que já não tinha.
A mania brasileira de deixar como está, não resolve. Empurrar com a barriga, só vai agravar. A reforma da Previdência é urgente como um tratamento contra câncer. Também é preciso, com urgência, reformar o estado, para que ele se livre das gorduras e tenha músculos para prestar serviços. Presidente sem popularidade já nada tem a perder, a não ser ganhar nome na História. Reformar a Previdência, o Estado, os tributos, é apenas o mínimo para a sobrevivência no presente. Para que o país tenha futuro – e não apenas repita o passado -, é preciso preparar os brasileiros para ordem e progresso, como está escrito na Bandeira.