O juiz Dante Rodrigo Aranha negou o pedido da defesa para retirar a tornozeleira eletrônica do principal suspeito de causar o acidente, ocorrido em setembro de 2018, que resultou na morte de Maicon Roberto Carvalho, 28 anos, e Cleusa de Sousa Pereira, 46. As vítimas estavam em uma motocicleta Honda Bros vermelha, quando foram atingidas por um veículo Fiat Uno, na rodovia MT-206, sentido Paranaíta-Alta Floresta.
Em junho do ano passado, o suspeito testou positivo para a covid-19, ocasião em que a Justiça de Alta Floresta decidiu revogar a prisão preventiva e fixar medidas cautelares, como monitoramento eletrônico e proibição para que o réu frequente festas ou bares. Ao entrar com o pedido para retirada do aparelho, a defesa alegou que o acusado tem tido dificuldades para conciliar o uso “com as medidas fixadas, já que trabalha em local próximo a estabelecimentos cuja frequência foi negada na decisão (restaurante)”. Afirmou ainda que o motorista tem cumprido integralmente as outras condições fixadas e, ainda, necessita prestar serviços fora da comarca.
Ao analisar o pedido, o juiz, porém, decidiu manter a tornozeleira. “A monitoração eletrônica tinha sua razão de ser, mantendo-se tal razão até a presente data. Na realidade, o que se almeja pode ser resolvido com a justificação prévia e posterior de eventuais descumprimentos, com argumentações sólidas (documentação, por exemplo). Quer-se dizer que a monitoração deve continuar, mas isso não deve impedir a saída (do acusado) da cidade (a trabalho), desde que informado anteriormente ou, no máximo, 48 horas após a saída, com explicações acerca da razão da saída (somente a trabalho)”, afirmou Dante.
Consta na denúncia que “o acusado logo após ter feito livremente a ingestão de grande quantidade de bebida alcoólica, trafegava com seu veículo Fiat Uno Mille, cor cinza, na rodovia MT-206, sentido Paranaíta-Alta Floresta, oportunidade em que invadiu a pista contrária, vindo a colidir com a motocicleta Honda Bros, cor vermelha, , pilotada por Maicon e que tinha em sua garupa a vítima Cleusa, resultando na morte de ambas as vítimas”.
Cleusa e Maicon tiveram politraumatismo e morreram na hora. Segundo a denúncia, o suspeito não prestou socorro às vítimas e fugiu do local.
O acusado foi preso em outubro de 2018 e encaminhado para a cadeia Alta Floresta, onde ficou por quase dois anos. Um ano depois, a Justiça de Alta Floresta decidiu que o réu deverá ir a júri popular por dois homicídios simples.