Você lembra de algum candidato às últimas eleições que tenha prometido aumentar os impostos? E lembra de algum candidato que tenha prometido reduzir a carga tributária? Pois tenho certeza de que a sua resposta para a primeira pergunta é NÃO. E para a segunda é um sonoro SIM. Todos prometeram baixar os impostos e nenhum prometeu elevar a carga tributária. Nenhum candidato a deputado federal, nenhum candidato ao Senado, nenhum candidato a governador, nenhum candidato – ou candidata – à Presidência da República. No entanto, mal anunciaram os resultados das eleições, a presidente eleita já concorda com o presidente Lula de que falta dinheiro para a Saúde porque terminaram com a CPMF e logo um grupo de governadores recém saídos da campanha faz coro a favor da ressurreição da famigerada contribuição. E legisladores não ficaram atrás, com Sarney à frente, a gritar uma longa vida à CPMF. O ex-ministro do Supremo, Paulo Brossard, em artigo na Zero Hora, revoltou-se com a dupla face dos eleitos: “O hábito de apagar os compromissos pré-eleitorais como se eles nada valessem tem levado muitas pessoas a desacreditar em políticos e em suas promessas, embora sempre tenha me recusado a denominá-los políticos, porque mais não passam de politiqueiros, que podem ser hábeis em ganhar eleições, mas políticos não são e não merecem esse tratamento.”
Em 2007, a renovação da CPMF não passou pelo Senado. O Quixote bem-sucedido na defesa dos contribuintes foi o então presidente da FIESP, Paulo Skaff. Na época, o então presidente da Confederação da Indústria, deputado integrante da bancada do governo, ficou calado e quando abriu a boca foi para tentar justificar a fome do governo pela contribuição, que nada teve de provisória e é um imposto em cascata tão injusto que pega o assalariado e o que compra um iate. Agora, livre de prestadores de serviço ao governo, a CNI tem um presidente que já botou a boca no mundo preventivamente.
Robson Braga de Andrade disse que a indústria já se mobiliza contra a intenção de impor mais um tributo à Nação exausta de tanto imposto. Vai ficar mal para os governos, porque o presidente da CNI pretende mostrar o que o fazem com o que arrecadam, como gastam e o quanto perdem no meio do caminho. As empresas e as pessoas, quando precisam de dinheiro para uma prioridade, tratam de economizar ou produzir mais, ou rever a gestão de suas finanças. Os governos simplesmente exigem mais impostos. Os eleitos mostram que não respeitam os eleitores, tratando-os como se fossem destituídos de cérebro.