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Por um coração duro

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Nas biografias, estão apresentando como defeito o fato de Dilma ser durona. Penso que na atual conjuntura é uma qualidade necessária. Ela precisa deixar de lado o coração feminino e ser durona com os que querem mamar nas tetas dos nossos impostos. Precisa ser durona com quem inventa mensalões, com aloprados, com sanguessugas, com gente do PMDB que quer poder para mandar em ministérios e estatais nomeando a seu bel-prazer cunhados e namorados das netas. Se ela for durona com o desequilíbrio fiscal, com o excesso de despesas públicas que não sejam investimento para gerar desenvolvimento, os 55 milhões de eleitores que votaram nela terão acertado e feito um bem para o Brasil.
Que esse coração endurecido pela tortura física, caia como um castigo sobre os corruptos e os desonestos que usam o voto e o poder para roubar do povo que fingem defender. Que a presidente faça reviver os ideais da moça de 19 anos e nos defenda dos bandidos que venham a cercá-la, fingindo que têm os mesmos ideais. Que ela agora, no poder, aplique seus sonhos mais juvenis pela justiça e pela ética. São os meus votos.

Ela venceu por valor próprio e também por causa de Lula, seu criador como candidata. A criatura não conseguiu igualar o criador no desempenho eleitoral. Lula venceu Serra e depois Alkmin com 61% dos votos válidos. Dilma chegou aos 56%. Em compensação, venceu na primeira eleição. Lula só chegou à presidência na quarta tentativa. Agora paira no ar a curiosidade sobre o futuro de seu mandato: será ela tutelada por Lula, como foi Cristina pelo marido Nestor? No pronunciamento de vitória, ela disse que bateria à porta de Lula e sabe que sempre será bem acolhida. Até onde ela terá autonomia? Até onde tentará o PT reclamar poder? E o PMDB, esse insaciável maior partido? Seu coração temperado no governo militar terá disciplina para não cair em tentação?
Ela já avisou que vai seguir a política de controle fiscal e estabilidade da moeda, que começou com Fernando Henrique. Serão, pois, 20 anos de política econômica com as mesmas metas. Mas o grande desafio será cortar as farras que foram embutidas na política de responsabilidade fiscal. Há muito gasto corrente e pouco investimento. Ela é economista e deve saber o que fazer. Vai depender também das escolhas que fizer para a equipe econômica.

José Serra é outro vitorioso: quis perder e conseguiu. Parabéns. Só lembrou de Aécio depois que ele elegeu seu sucessor. Esqueceu-se de que FHC é o pai de tudo que deu certo nesses últimos 15 anos. Teve medo de mostrar o óbvio: que a privatização é maravilhosa, que sem ela não teríamos quase 200 milhões de telefones celulares; sem ela a Vale não seria uma das maiores empresas do mundo; as siderúrgicas não estariam dando emprego e lucro; sem quebra de monopólio não teríamos auto-suficiência de petróleo nem pré-sal. Em vez de procurar uma vice mulher, para equilibrar com Dilma, como a senador Kátia Abreu, presidente da Confederação Nacional da Agricultura, que mobilizaria o poderoso meio rural, foi buscar um índio no Rio. Derrotas são feitas de erros.

 

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