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O poder dos emergentes

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O Presidente Lula, no mês passado, esteve na oportuna reunião dos BRIC, os países emergentes maiores: Brasil, Rússia, Índia e China. Uma sigla em que os últimos estão sendo os primeiros. O PIB dos quatro é quase uma quarta parte do PIB mundial. Não é pequena, portanto, a importância do quarteto para a economia do planeta. Entre os emergentes, eles são os quatro grandes. Nos últimos 10 anos, a economia dos quatro cresceu a uma média de 6,8% ao ano, o que não é pouco. A China puxou a média com um desempenho de 9,8% ao ano durante o período. A Índia veio logo depois, com a média de 7,1% de crescimento ao ano. A Rússia cresceu quase isso, 6,9% e o Brasil ficou atrás, com média anual de 3,4%.

Neste ano, mesmo sofrendo um baque com a crise mundial, China e Índia continuam a ter um desempenho bem positivo. Espera-se que a China tenha um crescimento do PIB em 6,5% e a Índia 5%. A Rússia vai despencar 3% e o Brasil, com sorte, fica com um PIB negativo entre 0,5% e 1%. Os quatro têm uma característica comum: extensão territorial, o que pode significar um grande potencial de riquezas tradicionais. A China tem poupança interna, liberalização de mercados e exportações. A Índia tem diminuição da intromissão do estado e investimento no conhecimento, destacando-se na informática. A Rússia também reduz a participação do estado na economia e possui as maiores jazidas de petróleo e gás do planeta. E o Brasil, porque está na traseira do grupo? Porque o estado ainda atrapalha, em vez de estimular, com burocracia e excessiva carga fiscal, justiça morosa, insegurança de regras, baixa poupança interna e, sobretudo, educação sofrível.
A crise atingiu em cheio a nossa indústria, que encolheu 15%. A da Rússia chegou a encolher 17%, também prejudicada pela queda no preço do petróleo. A da Índia foi menos afetada, caindo 2%. A indústria chinesa cresceu 9% mesmo com a crise. A China e a Índia, com esse bom desempenho, derrubam a bobagem repetida por políticos brasileiros, de que o Brasil é difícil de administrar porque tem muita gente. Não temos 200 milhões de habitantes. China e Índia, cada um, têm bem mais de 1 bilhão de habitantes.

Os especialistas apostam que os BRIC vão ser os primeiros a sair da crise – a Rússia com mais dificuldade, por causa do preço do petróleo. Os quatro países que estiveram reunidos no mês passado, com isso, vão aumentar ainda mais sua influência na economia mundial, embora sentindo o desconforto da excessiva competitividade chinesa. A reunião no Cazaquistão serviu para formalizar a inclusão do Brasil no grupo, o que é um reconhecimento. E, mais do que um encontro de intenções, pode e deve ser o início de uma união mais ampla, inclusive com troca de investimentos e tecnologia. Dos quatro, somos o único país que não tem a bomba nuclear. Em compensação, já somos a democracia mais estável e a maior fonte de iniciativas de biocombustíveis, com uma matriz energética diversificada, o que nos daria futuro seguro, se tivéssemos Educação. Assim, com inicial maiúscula.

 

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