O prefeito Ari Lafin (PSDB) se reuniu, esta manhã, com lideranças e representantes do comitê da Covid para debater a situação atual da doença no município, além de tratar sobre a reunião, a partir das 11:30h, com o governador Mauro Mendes (DEM). Para o gestor, o momento vivido é ‘difícil’, mas lockdown não é a solução. “Somos contra, precisamos focar em algumas situações, apertar realmente a questão de festas, encontros clandestinos, intensificar a fiscalização”, defendeu.
O chefe do executivo destacou acreditar que o governo lance novo decreto ainda hoje. “Ainda não sabemos quais restrições, o comitê vai aguardar e se reunir depois”. “O momento é tenso e o que não podemos é bloquear a área produtiva. Estamos em plena safra, temos indústrias trabalhando e o comércio precisa ser mantido, a geração de empregos. O comércio, indústria e setor agrícola no Estado tem nos ajudado muito para que a infecção não se prolifere. Estamos bem focados, nos posicionamos em nos unir com a sociedade organizada e combater aquilo que precisa ser combatido com comércio e indústria trabalhando”, salientou.
A contrariedade ao lockdown também é defendida pelo judiciário do município. “Os poderes reunidos juntamente com o comitê tem um entendimento para Sorriso, que lockdown não é a medida que vai trazer um resultado prolongado ao combate a Covid. O que nós percebemos na nossa cidade como um todo é que infelizmente todos nós descuidamos de alguns protocolos mínimos. Acreditamos que a cura e o fim da pandemia estavam próximos e como natural houve um relaxamento, de distanciamento, no uso de máscara, álcool, que são protocolos mínimos que fazem toda a diferença. É essencial que as pessoas voltem ter esses cuidados”, expôs o juiz Anderson Candiotto.
Por outro lado, o juiz apontou que, caso haja decreto, o município deve seguir as mesmas diretrizes. “O Supremo Tribunal Federal estabeleceu uma ordem de hierarquia, no que diz respeito ao combate a Covid. Medidas que são controle e impacto estadual, competem sim ao governador. Lógico que as medidas que forem de cunho local, podem ser discutidas pelo comitê, e implantadas por decreto municipal”, mas “nesse momento todos do comitê são contra e entendem que não é a medida que vai trazer uma resposta rápida para o município”, ponderou.
O secretário municipal de Saúde, Luiz Fábio Marchioro destacou que este é um dos piores momentos da pandemia. “A questão é de ter tranquilidade para viver um novo cenário. Imaginávamos que tínhamos passado pelo pico e não poderia ser pior do que estava. Hoje nós estamos tendo um aumento muito forte de casos, a semana que passou, especialmente, bateu junto aos números do pico de julho, as internações”. “Mato Grosso está com 90% da capacidade dos leitos de terapia intensiva comprometidos, a rede particular de Sorriso e região toda já comprometida”. “A galera que gosta de ficar à noite, pelo amor de Deus, parem com as festas, com as confraternizações, situações de aglomeração, não é momento de festas, não temos nada para comemorar. Temos que enfrentar agora e se compadeça pelo próximo, nós estamos numa contaminação muito grande, mais rápida e estamos preocupados”, cobrou.
O presidente da câmara de vereadores, Leandro Damiani apontou que o legislativo está à disposição da prefeitura, até mesmo para aprovação de eventuais projetos emergenciais para o enfrentamento. “Os vereadores já se reuniram e somos contra qualquer fechamento. São duas situações que colocamos. A câmara se colocando à disposição da prefeitura, se precisar aprovar algum projeto emergencial, algum pacote Covid de ajuda ao município, sabemos que recurso tem, mas não tem orçamento. E a outra para cobrar essa posição do governador sobre as nossas UTIs. Sinop tem 10 leitos novos, estão lá montados e não tem profissionais”, completou.
Conforme Só Notícias já informou, o governador Mauro Mendes começa a definir, a partir das 11:30h, em reunião on line com prefeitos medidas mais severas para conter o avanço da Covid, reduzir internações em UTIs e mortes. O governo vai alinhar as próximas medidas juntamente com as prefeituras e também ouvirá, hoje, as federações ligadas à indústria e comércio no Estado antes de defini-las.