O músico Cássio Fernando Simioni, de 31 anos, que trabalha à noite, em casamentos, formaturas e bares detalhou, em entrevista, ao Só Notícias, que perdeu cerca de 90% da sua renda para sobreviver na pandemia. Ele participou do protesto, ontem, na câmara de vereadores, contra o toque de recolher, que passou a vigorar na última sexta-feira, entre 23h e 05h e segue até dia 19.
“O decreto acaba prejudicando a gente ainda mais, a vida noturna em Sinop é muito grande, muitas famílias dependem do trabalho da noite. Todo o comércio diurno está funcionando, no noturno não teve uma negociação, simplesmente nos mandou fechar. Estamos tentando fazer tudo de forma pacífica até o momento, não tivemos nenhum problema com ninguém, porque a gente quer buscar uma solução”, explicou o músico.
Além de perder a maior parte da renda, Simioni precisou fazer trabalhos paralelos para sobreviver em meio a crise sanitária. “Presenciamos colegas com ordens de despejo, eu fiquei com conta de energia e água atrasada, buscando outras formas de trabalho para tentar complementar a renda”.
Ainda de acordo com Cássio, os projetos desenvolvidos pela prefeitura a partir dos repasses da Lei Aldir Blanc chegaram a ajudar. “A prefeitura nos chamou para um novo projeto da lei, infelizmente os profissionais que foram contemplados não receberam. A gente vai ter que entrar com um recurso, e não temos nem previsão de quando vamos receber”, lamentou.
O decreto foi definido pela prefeitura para conter casos de Covid, considerando que Sinop as ocupações da UTIs no Hospital Regional. Alguns vereadores, como o presidente Elbio Volkweis, manifestaram apoio ao toque de recolher e redução do horário de atividades de uma parte das empresas.
Na sexta-feira e ontem ocorreram manifestos em Sinop de funcionários de bares, restaurantes, lanchonetes e similares, além de motoristas de aplicativos, protestando contra a redução no horário de funcionamento limitado até as 22h. Das 23h até às 05h vigora, desde sexta até o próximo dia 19, o toque de recolher por conta do aumento de casos da doença e a alta taxa de ocupação nas UTIs.
Hoje, conforme Só Notícias já informou, prefeito Roberto Dorner (Republicanos) disse que uma flexibilização ou revogação do toque de recolher, só será possível quando houver prazo definido para reinstalação de mais 10 Unidades de Terapia Intensiva para tratamento de Covid, no Hospital Regional.