O médico infectologista Ricardo Franco Pereira afirmou, em entrevista, ao Só Notícias, que o toque de recolher decretado hoje pelo prefeito Roberto Dorner (Republicanos) e que começa nesta sexta-feira entre às 23h e 5h, para contenção e prevenção aos casos de Coronavírus não ajudará na redução da taxa de ocupação das Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) para tratamento da doença nos hospitais particulares e no Regional em Sinop.
“Somente o toque de recolher não tem efetividade suficiente para conseguir reduzir a taxa de infecção. Esse horário é para o pessoal mais jovem que está nas festas e que acaba levando a doença para casa. Estão apenas penalizando uma parte do comércio. Esquecem que essas pessoas também dependem do trabalho para sobreviver. Eu fiz uma sugestão no Conselho Municipal de Saúde que se for para fazer medidas restritivas tem que ser em todos os lugares de 24 horas. Ou seja, reduzir a capacidade dos ambientes para ter um controle de menor fluxo para tentar barrar a evolução da doença”.
Franco apontou ainda que ficar em casa em isolamento também não resolverá. “Já foi provado que lockdown não resolve. Onde foi feito, os casos aumentaram e ficou ainda pior. Todo o excesso de medidas nos gera uma grande preocupação”.
Conforme Só Notícias já informou, o novo decreto determina que todo estabelecimento comercial e de serviço deve encerrar suas atividades até às 22h. A determinação se aplica também aos trabalhadores informais, como ambulantes e também a rede de ensino superior. O fechamento às 22h não se aplica a serviços de tratamento e abastecimento de água, captação e tratamento de esgoto e lixo, geração, transmissão e distribuição de energia elétrica e gás, postos de combustível (exceto conveniências), assistência médica e hospitalar, clínicas veterinárias, odontológicas e médicas, distribuição e comercialização de medicamentos e laboratórios clínicos.
Desde o início da pandemia, Sinop registrou 11.648 casos da doença. Destes, 11.217 estão recuperados, 271 em isolamento e 24 internados (oito em UTIs e 16 em enfermarias). Outras 172 pessoas não resistiram e morreram. Já a taxa de ocupação das UTIs Covid no Regional está em 94,74%, ou seja, das 19 pactuadas, apenas uma está vaga.
