A secretaria municipal de Saúde registrou, ano passado, 76 casos da leishmaniose, que é uma doença inflamatória grave não transmissível. O número é 20% menor quando comparado a 2019, com 95 registros. Todos os casos foram tratados. O médico infectologista Ricardo Franco Pereira, disse, ao Só Notícias, que a doença se manifesta em órgãos (visceral) e na pele (cutânea), a forma “mais comum que, normalmente, se dá na pessoa que entra na mata, e é picada por um mosquito contaminado”.
O infectologista aponta ainda que, caso a doença não seja tratada, pode evoluir para um quadro mais grave. “Esse paciente evolui para a leishmaniose em mucosa, que acomete normalmente nariz, septo nasal, mucosa da orofaringe – toda a parte mole da garganta”. Causando “dificuldade para respirar ou para engolir, porque começa a fazer crosta, sangramento”.
Ricardo explica que é possível tratar a doença e alcançar a cura, mas requer tempo. “A gente tem que fazer uma avaliação do paciente previamente porque é usado um medicamento que pode causar toxidade para coração, fígado, pâncreas. E quanto mais cedo tratar, menor a dose do medicamento. Quando chega um paciente com múltiplas lesões eu já tenho que usar uma dose mais potente, para ter o efeito”.
As inflamações geralmente não causam dor na pele “por isso que os pacientes às vezes deixam, pensando que vai cicatrizar, quando ver passou um ano e não cicatrizou”, enfatizou. E que ao se expor em regiões de mata fechada, é preciso utilizar camisa “manga comprida, evitar final de tarde, que é quando o mosquito sai para se alimentar, e usar repelente. Cuidados básicos, como se estivesse se cuidando para a dengue”, explicou.
O tratamento da leishmaniose pode ser feito através do Sistema Único de Saúde ou em rede particular. Mas, em todo caso, “a medicação só é distribuída pelo SUS”, finalizou o infectologista.