Um dos acusados de envolvimento no assassinato de Rafaela Garcia Simões, 21 anos, em março de 2017, em Santa Carmem (35 quilômetros de Sinop), continuará preso. A decisão é da Justiça de Sinop, que analisou o decreto de prisão preventiva e entendeu que não houve alterações. “No tocante à ordem pública, se encontra abalada em razão da periculosidade do réu, demonstrada pelo modus operandi do delito, haja vista que recai sobre ele a imputação de crime grave (homicídio qualificado), supostamente, provocado por motivo torpe, bem como a prática do crime de ocultação de cadáver, tornando a conduta ainda mais reprovável”, consta na decisão.
Três homens são acusados de envolvimento no crime. No entanto, apenas um deles segue preso, no “Ferrugem”, em Sinop. O trio irá a júri popular por homicídio e ocultação de cadáver. Ainda não há data prevista para o julgamento.
No ano passado, a defesa chegou a ingressar com recurso no Tribunal de Justiça para impedir que os três acusados fossem submetidos a júri popular. A Segunda Câmara Criminal, porém, manteve a sentença de pronúncia proferida pela 1ª Vara Criminal de Sinop.
Os magistrados também analisaram pedido “subsidiário” da defesa para afastamento da qualificadora do motivo torpe para dois réus. Neste caso, a solicitação foi deferida, pois os desembargadores entenderam que há indícios de que apenas um dos réus agiu por motivo torpe. Desta forma, dois serão submetidos a júri por homicídio simples e um por homicídio qualificado.
Na ocasião, os magistrados ainda negaram o pedido de revogação da prisão preventiva do único suspeito preso. “Nesse sentido, tem-se que, embora decretada a prisão dos envolvidos no dia 25 de julho de 2017, o acusado, diversamente dos demais, somente veio a ser preso no dia 26 de outubro de 2018, tendo permanecido foragido durante a instrução processual”.
De acordo com a denúncia do Ministério Público, no dia do crime, o trio permaneceu em companhia da vítima. Os suspeitos teriam conduzido Rafaela até uma região de mata, onde “causaram duas perfurações na região do abdômen dela” e a abandonaram no local. O cadáver foi localizado oito dias depois, em um matagal na avenida da Independência.
Rafaela teria sido morta por vingança. Segundo a denúncia, a mãe de um dos suspeitos possuía “uma rixa antiga com a vítima”, em virtude de uma suposta delação à polícia “em um caso envolvendo o comércio de entorpecentes”. A mulher teria sido presa e, por tal motivo, teria ameaçado Simões.
Conforme Só Notícias já informou, o corpo de Rafaela foi identificado por meio das impressões digitais. Ela foi encontrada pela Polícia Militar, que realizava rondas pela região quando percebeu um forte odor. Ao verificar, encontrou o cadáver em um terreno com matagal. A Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec) não encontrou sinais de execução, mas a Polícia Civil concluiu o caso como homicídio.
Antes da localização, familiares haviam registrado um boletim de ocorrência sobre o desaparecimento. Eles foram acionados e reconheceram as roupas como sendo as da jovem. Rafaela foi sepultada em Santa Carmem.