O comandante-geral da Polícia Militar demitiu da corporação o soldado Marcos Vinicius Pereira Ricardi, acusado de envolvimento no homicídio da Zuilda Correia Rodrigues, 43 anos, ocorrido em setembro de 2019. De acordo com a decisão, o policial “infringiu valores éticos e morais”, além de deveres e obrigações previstos no Estatuto dos Militares do Estado de Mato Grosso.
Jonildo determinou que sejam recolhidos a identificação funcional, o fardamento e os apetrechos que estão sob a posse de Marcos. Na portaria, o comandante também estabeleceu que a Diretoria de Gestão de Pessoas tome providências para que o acusado seja excluído da folha de pagamento do Estado. Ricardi ainda pode recorrer.
Conforme Só Notícias já informou, a juíza da 2ª Vara Criminal, Débora Roberta Pain Caldas, determinou que Marcos e o ex-marido de Zuilda, Ronaldo da Rosa, sejam levados a júri popular. A dupla será julgada por homicídio qualificado, cometido de maneira cruel, mediante recurso que dificultou a defesa da vítima e contra mulher em razão do gênero (feminicídio). No caso do policial militar, há ainda uma qualificadora de crime cometido supostamente mediante recompensa. Por outro lado, o esposo da vítima poderá ter a pena agravada pela qualificadora do motivo fútil.
Os dois também respondem por ocultação de cadáver. Débora ainda decidiu que a dupla deverá seguir presa. O policial está recluso no Comando Regional da Polícia Militar. Já o marido de Zuilda segue preso no presídio Ferrugem, em Sinop.
O esposo de Zuilda foi preso, um mês após o crime, no Camping Club. Na única declaração que deu à imprensa, ao ser conduzido à delegacia pelos investigadores, disse ser inocente. Os policiais monitoraram ele por cerca de 10 horas e estavam com mandado judicial para prendê-lo. Durante interrogatório, permaneceu em silêncio.
O policial foi o primeiro a ser preso e revelou que o corpo da enfermeira havia sido jogado em uma tubulação, nas proximidades do centro de eventos Dante de Oliveira. Confessou ainda ter participado do espancamento que resultou na morte de Zuilda. Ele acusou o marido da enfermeira de também ter cometido as agressões.
O esposo de Zuilda tinha um ponto de venda de espetinhos, no centro da cidade, onde o policial militar trabalhava fazendo entregas, uma vez que estava afastado da corporação. Conforme a versão inicial apresentada pelo militar, a tentativa seria dar um susto na enfermeira simulando tentativa de assalto e a situação teria saído do controle.
Zuilda era funcionária de um hospital e desapareceu no dia 27 de setembro de 2019. Ela foi velada e sepultada em Sinop.