O total de mato-grossenses que investe na Bolsa de Valores cresceu 116,47% em 2020. São 34.229 mil atualmente, com R$ 1.940 bilhão aplicados em ações na B3. No fechamento de 2019, apenas 15.812 mil pessoas físicas no estado investiam no mercado financeiro, com R$ 1.510 bilhão de saldo em custódia na depositária de renda variável.
Os investidores de Mato Grosso estão arriscando mais no mercado de capitais na intenção de fazer o dinheiro render. É que o atual cenário de juros baixos tornou menos atrativo os investimentos conservadores, como a caderneta de poupança, atrelada a Selic, atualmente fixada na mínima histórica de 2% ao ano.
“Esse desempenho em Mato Grosso é o espelho do que acontece no Brasil. O motivo do crescimento é praticamente o mesmo: a pouca atratividade da renda fixa eleva o interesse pela renda variável”, explicou a planejadora financeira Eliane Jaqueline Metzner.
Apesar do aumento da presença de investidores mato-grossenses no mercado financeiro, ainda há espaço para ampliar essa adesão à Bolsa de Valores, observa Metzner. “Somos em quase 4 milhões de habitantes e apenas 34 mil investidores”.
Isto significa que menos de 1% da população estadual mantém aplicações em ações. No país, a proporção está em torno de 1,6%, diz a planejadora financeira. São 3.173 milhões de investidores com R$ 424 bilhões de saldo em custódia, informa a B3. Comparado com o mesmo período do ano passado, houve crescimento de 89% no total de investidores brasileiros na Bolsa de Valores.
Os homens representam a maioria (75%) dos investidores mato-grossenses da B3. Somam 25.622 mil, com R$ 1.620 bilhão aplicados. Desde o último mês de 2019, o número de investidores homens aumentou 105%. Na época, eram 12.485 mil com R$ 1.270 bilhão investidos.
Ao planejar a estratégia de aplicação financeira, é importante definir qual será a participação da renda fixa e renda variável. “Dentro da renda variável, definir com qual segmento irá atuar bancos, alimentação, logística, tecnologia – e quais são as empresas. Pode diversificar desde negócios, outros ativos e fundos imobiliários”, detalhou Metzner. Considera importante diversificar as aplicações de forma escalonada, começando por conhecer o próprio perfil, objetivos a serem alcançados com o investimento e buscar conhecimento sobre o mercado.