A coordenadora do Conselho Tutelar Região I, Angelica Gaspari, confirmou, ao Só Notícias, que foram registrados de janeiro até agora, cerca de 70 casos de exploração e abuso sexual. O número é 48% superior ao mesmo período do ano anterior, quando houve 47 casos. De acordo com a coordenadora, “em um ano de pandemia, aumentaram bastante abuso sexual, maus tratos e abandono de incapaz”.
Segundo a coordenadora, 70% das vítimas são do sexo feminino. “O agressor é sempre o mais próximo da residência, da família, vínculo familiar, amigo, padrasto”, alertou. No conselho há uma equipe multidisciplinar para lidar com os casos. “Quando a criança relata o abuso sexual, a gente já orienta a fazer o boletim de ocorrência (na delegacia), o corpo de delitos e o encaminhamento para a rede de proteção, juntamente com o atendimento da equipe multidisciplinar, que é uma psicóloga e uma assistente social”.
Ainda segundo a coordenadora, os conselhos I e II estão conseguindo suprir a necessidade do município. “A gente tem um fluxo de atendimento com delegacia, judiciário, ministério público, defensoria, de parceria mesmo. Temos 10 conselheiros em Sinop, e abrangendo as duas regiões, então não está ficando sem atendimento de forma alguma”.
Até agosto, casos de maus tratos aumentaram 65% e abandono de incapaz 20% em relação ao mesmo período do ano passado. “No abandono de incapaz, nós procuramos os familiares, automaticamente é registrado um boletim de ocorrência e o responsável pode responder um processo criminal. Pode dar de três meses a dois anos de cadeia”.