O Núcleo de Ações de Competência Originária fez, esta manhã, a operação “Carta-Convite”, em Comodoro (638 quilômetros de Cuiabá). A ação ocorre com base nas informações levantadas no inquérito policial que investigou uma organização criminosa, liderada supostamente pelo prefeito Jeferson Ferreira Gomes, voltada para o cometimento de crimes no âmbito da administração, para os quais concorreram funcionários públicos, dentre os quais secretários municipais, e empresários ligados ao gestor, que não estava na cidade, mas ainda assim, os mandados foram cumpridos, inclusive na sua residência e em seu gabinete.
Segundo apurado no inquérito policial, mesmo antes de assumir o mandato de prefeito, Jeferson Ferreira teria engendrado com os seus comparsas um esquema criminoso envolvendo a contratação fraudulenta de empresas para a prestação de serviços de tecnologia e informática para a prefeitura de Comodoro.
As empresas, conforme provado no curso das investigações, eram todas comandadas por pessoas ligadas ao prefeito e que, sempre, antecipadamente, se articulavam para fraudar os processos licitatórios. Apurou-se, também, que um dos líderes do esquema era Lincom Valace Pereira Procópio, que seria o grande articulador junto às empresas e, inclusive, era visto como o responsável pelos serviços de tecnologia e informática da prefeitura, embora nunca tenha exercido qualquer cargo perante o Poder Executivo.
Ainda de acordo com as investigações, além de fraudarem as licitações, depois de contratadas as empresas não prestavam os serviços e, ainda assim, recebiam os valores ajustados nos contratos.
Durante a operação, que teve à frente o delegado Rodrigo Azem, apoiado por agentes do Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco), foram cumpridos vários mandados de busca e apreensão, tanto na residência dos envolvidos, quanto na Prefeitura e nas empresas que participaram do esquema. As ordens foram dadas pelo desembargador Orlando Perri em atendimento a pedido formulado pelo Coordenador do Naco, procurador de Justiça Domingos Sávio de Barros Arruda.
Foi determinada a “imediata suspensão de todos os vínculos contratuais mantidos entre o Município de Comodoro com as empresas devendo cessar, de imediato, quaisquer pagamentos a elas”.
As informações são da assessoria do Ministério Público.