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Sinop: justiça nega desmembrar processo de irmãos e maquiadora acusados de homicídio em Sinop

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Só Notícias/Herbert de Souza (foto: Só Notícias/Guilherme Araújo/arquivo)

A justiça negou o pedido para desmembar (separar) o processo que apura as mortes de Adriano Gino, 29 anos, e Jandirlei Alves Bueno, 39. A maquiadora Cleia Rosa dos Santos Bueno, 34 anos, é acusada de mandar o amante Adriano matar o marido, Jandirlei. Também seria responsável por contratar os irmãos José Graciliano dos Santos, 30 anos, e Adriano dos Santos, 20, para matarem Gino. Os crimes aconteceram entre 2016 e 2017.

Os três iriam a júri popular em 2 de dezembro. No entanto, a defesa da acusada pediu a redesignação da sessão, pois não poderia comparecer ao julgamento. Com isso, a Justiça adiou o júri popular para o dia 10 de fevereiro do ano que vem. Por esse motivo, a defesa dos irmãos solicitou o desmembramento do processo, para que fossem julgados ainda este ano, apenas pelo homicídio de Adriano. O pedido, no entanto, não foi aceito pela juíza Rosângela Zacarkim dos Santos.

“Conforme bem salientou o Parquet, o desmembramento do feito não se mostra conveniente para o bom andamento do processo, sendo necessária a realização de uma única sessão de julgamento para manter a unidade e evitar a ocorrência de decisões conflitantes pelo Conselho de Sentença, sendo certo que a cisão poderá acarretar prejuízo à produção de provas e, por consequência, a busca da verdade real”, destacou a magistrada.

Cleia é a única dos três que irá a júri popular por duplo homicídio. Pela morte do marido, ela vai a julgamento por homicídio qualificado, cometido por motivo fútil, meio cruel e recurso que dificultou a defesa da vítima. Em caso de condenação, poderá ter a pena agravada se for reconhecida pelos jurados como a mandante do crime.

Pelo assassinato de Adriano Gino, 29 anos, a maquiadora vai responder em júri popular por homicídio qualificado, cometido de maneira cruel, mediante recurso que impossibilitou a defesa da vítima e para assegurar a ocultação e impunidade da morte de Jandirlei. Também poderá ter a pena aumentada, caso seja condenada, por ser a suposta mandante do assassinato. Ainda responderá por ocultação de cadáver.

Os irmãos José e Adriano, por outro lado, que teriam sido contratados pela maquiadora para matar Gino, irão responder por homicídio qualificado, cometido mediante promessa de recompensa, de maneira cruel e recurso que dificultou a defesa da vítima. Ainda serão julgados por ocultação de cadáver.

A maquiadora é acusada de mandar o amante Adriano matar o marido e depois teria contratado José e Adriano, que trabalhavam como vigilantes no mesmo bairro onde ela morava, para matar o amante. Cleia e os irmãos foram presos no final de março de 2018 por policiais da Delegacia Especializada de Roubos e Furtos (Derf). Os irmãos levaram os investigadores até o local onde o corpo de Gino foi enterrado, em uma área de mata, na estrada Alzira. Ele estava desaparecido desde o dia 23 de dezembro de 2017. Na mesma vala, foi encontrada a motocicleta da vítima.

Jandirlei foi esfaqueado na residência do casal, no Jardim Florença, durante suposto latrocínio (roubo seguido de morte), que teria sido executado, segundo a polícia, pelo amante de Cléia. O marido da maquiadora foi atingido por dois golpes de faca, em outubro de 2016, e ficou internado por quase dois meses, porém, acabou falecendo. Na data do crime, a mulher contou à polícia que estava em casa, na companhia do esposo, quando foram rendidos por dois assaltantes. Na versão contada, Jandirlei teria reagido e sido esfaqueado.

Já os dois irmãos, supostamente contratados por Cleia, contaram à Polícia Civil como mataram Adriano Gino. “Ela primeiro ofereceu R$ 5 mil, depois um carro GM Prisma e nós aceitamos. Ela levou o amante até a casa dela, dopou com comprimidos e nós matamos com golpes de enxada. Depois colocamos no carro e escondemos o corpo”, disse um deles, na época da prisão.

Em alegações finais no processo, a maquiadora disse que não participou da morte de Jandirlei. Também pediu absolvição em relação ao crime de homicídio contra Gino. Já a defesa de Adriano dos Santos pediu a impronúncia do réu, afirmando que ele cometeu “crime impossível”, uma vez que o suposto amante de Cleia já estaria morto quando recebeu os golpes de enxada. Apontou também que José Graciliano é inocente e não participou do assassinato. A maquiadora e os outros dois acusados seguem presos.

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