Os moradores de Sinop, Cuiabá, Lucas do Rio Verde, Rondonópolis, Vila Bela da Santíssima Trindade, Água Boa entre outras vão conseguir acompanhar o eclipse parcial do sol, que está previsto para ocorrer no dia 14 deste mês, a partir das 12h. A cobertura total do sol será visível apenas numa estreita região do Pacífico, passará por uma pequena área do Chile e Argentina e alcançará uma faixa do Atlântico. Já em quase todo o Brasil, será parcial. A confirmação é da professora doutora em astronomia pela Universidade de São Paulo (USP), Telma Cenira Couto da Silva.
Um eclipse solar (ou ocultação do Sol) ocorre quando a Lua, na fase nova, passa à frente do Sol durante o seu movimento de translação em torno da Terra. Isso ocorre quando o Sol, a Lua e a Terra encontram-se alinhados (ou quase) no plano que contém o Sistema Solar A sombra que a Lua projeta no espaço é composta por uma faixa mais escura, a umbra, e uma mais clara, a penumbra.
Os moradores de lugares que são alcançados pela umbra observam um eclipse solar total e, os atingidos pela penumbra, um eclipse solar parcial. Nesse eclipse solar as regiões mais ao sul do nosso país estarão favorecidas por estarem mais próximas à pequena faixa na superfície terrestre onde ocorrerá o eclipse solar total. Cidades brasileiras localizadas mais ao norte não observarão esse evento astronômico.
“No Brasil, abaixo de uma linha imaginária que passa ao norte de estados das regiões norte, centro-oeste e nordeste, um eclipse solar parcial poderá ser observado. Em Mato Grosso, cidades situadas mais ao norte como Alta Floresta, Aripuanã e Guarantã do Norte, entre outras, não poderão observar esse eclipse parcial do Sol, porém, ele será observável em Cuiabá, e, as localidades mais ao sul do estado, como Rondonópolis, terão uma melhor visibilidade do fenômeno”, afirmou Silva.
Ainda segundo a astronomia um eclipse solar tem uma particularidade começa em pontos diferentes da esfera terrestre em horários diferentes. “Por isso, observadores em diferentes locais têm uma diferente visão do fenômeno. Em Cuiabá o escurecimento começará à direita do disco solar, seguirá por uma pequena faixa na parte de baixo do disco solar, e, por fim, passará para o lado esquerdo do Sol, quando atingirá o seu máximo. Nas regiões norte, nordeste e centro-oeste, o fenômeno será observado mais facilmente quando estiver próximo ao horário do máximo”.
Ela detalhou ainda que o próximo eclipse solar que será visível no Brasil ocorrerá em 14 de outubro de 2023 e será um eclipse solar anular, ou anelar. “Nesse tipo de eclipse o disco solar fica quase todo coberto pela Lua, exceto por suas bordas, e o fenômeno é conhecido como “anel de fogo”. É um espetáculo no céu muito bonito. O eclipse solar anular será visível numa faixa que passará pelo Brasil e cortará alguns estados do norte e nordeste. Moradores de duas capitais brasileiras, Natal e João Pessoa, conseguirão observar o fenômeno. Moradores de outras capitais, como Manaus, por exemplo, só observarão um eclipse solar parcial, mas o eclipse solar anelar será visível em cidades ao sul do Amazonas, como na região de Canarana, por exemplo, e, além do Amazonas, em outras localidades dos estados do Pará, Tocantins, Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba e Pernambuco (Araripina, como exemplo). Ao contrário do eclipse solar do dia 14 deste mês, nesse eclipse do Sol a região do Brasil mais ao norte será privilegiada”.
“É sempre importante lembrar que a observação de um eclipse solar exige cuidados especiais. Nunca observe o Sol diretamente sem equipamentos apropriados. Conforme já escrito anteriormente, “a observação de um eclipse do Sol sem um filtro solar apropriado pode queimar a retina e causar cegueira, ou, a destruição do campo visual. Quem não tiver um equipamento adequado não deve observar o fenômeno! Jamais use telescópios, binóculos e máquinas fotográficas sem um filtro solar para a observação de qualquer evento relacionado ao Sol. Uma outra opção para a observação direta do disco solar – citada por vários sítios de divulgação de Astronomia – é a utilização de um vidro de máscara soldadora número 14, no mínimo. Mas, mesmo com um equipamento apropriado, não se deve observar o Sol por mais de 15 segundos por vez e é necessário intercalar mais de um minuto entre as observações”, apontou Telma Cenira.