O procurador-geral da prefeitura de Sinop, Ivan Schneider, confirmou, há pouco, em entrevista coletiva, a existência de ofício da prefeitura solicitando da concessionária da BR-163 que fosse cedido produto fresado do pavimento, para utilização em vias no município, mas que ainda não houve resposta formal da empresa e a prefeitura não fez a retirada.
Ele considera que a atuação do secretário de Governo, Jaime Dalastra, que acabou sendo preso, ontem à tarde ( e solto por ordem judicial), sob acusação de mandar transportar o material para uma fazenda, não teve qualquer vínculo com o poder executivo. “A nível de município, a nível de órgão público, a nível de interesse público não houve nenhum prejuízo. O município de Sinop não é vítima de nenhum crime”.
“A procuradoria-geral se manifestará com o fato ou não, envolvendo o município. Houve sim, ontem, uma equivocada e precipitada atribuição do fato com a prefeitura. Até ficou consignado na decisão mais tarde que nem mesmo no BO da Polícia Rodoviária Federal havia qualquer menção de veiculação com a prefeitura. Seja através dos motoristas ou mesmo veículos envolvidos”, disse.
O procurador apontou ainda que há “equivocada e prematura manifestação porque mesmo antes da conclusão dos depoimentos, no caso motoristas, pessoas que estavam na delegacia, já foi divulgado, dado coletiva, houve manifestações nas redes sociais atribuindo a existência de veículos, caminhões, da prefeitura o que ficou comprovado que era inverdade. Nem nos depoimentos dos motoristas nem no boletim havia essa menção de envolver veículos da prefeitura. Os motoristas também não tem qualquer vínculo com a administração pública”, defendeu.
O procurador defendeu ainda que “na própria decisão judicial já ficou consignado pelo próprio juízo que no contexto: ‘a prisão em flagrante foi e está escorada em fundamentos inidôneos. A vinculação de um crime que envolve bem público, quando não existe um bem público atingido é inidôneo’. O BO não tinha nenhum elemento que envolvia o município de Sinop, os depoimentos em nenhum momento envolvia o município. A única coisa que existia o vínculo é que o personagem sim, é o Jaime, e também ocupa o cargo de secretário de Governo. No que se refere aos posicionamentos do secretário Jaime de cunho pessoal deverá ser conduzido pelos seus advogados”.
A justiça mandou soltar Jaime Dalastra esta madrugada e na sentença o juiz Mario Machado considera que “a prisão em flagrante foi e está escorada em fundamento inidôneo, isto é, na prática de ilícito cuja materialidade, ao menos em princípio, não está demonstrada, porquanto ausentes indícios mínimos da utilização indevida, em proveito próprio ou alheio, de bens, rendas ou serviços públicos, porquanto ao que consta o material estava sendo supostamente subtraído da Concessionária Rota do Oeste, sem utilização de bens públicos”.
Ivan acrescentou que a prefeita está acompanhando, em São Paulo, o tratamento médico de seu esposo.
A Polícia Rodoviária Federal e a Polícia Civil manifestaram, ontem à noite, que o material estava sendo levado para a fazenda de propriedade de sua irmã, a prefeita Rosana Martinelli. A afirmação é do delegado da delegacia de Roubos e Furtos, Pablo Carneiro. Jaime foi solto, hoje, de madrugada, por decisão judicial e seu advogado informou que o caso trata-se de uma situação particular entre ele e a empresa.
