A juíza Emanuelle Chiaradia Navarro Mano definiu uma nova data para o julgamento, que estava previsto para a última terça-feira (10), do policial militar acusado de matar o caminhoneiro Israel Evangelista Carlos, 43 anos. O motorista foi atingido por tiros, durante uma operação das polícias Militar e Rodoviária Federal (PRF) na BR-163, em junho de 2003.
A decisão de transferir o julgamento para o dia 4 de fevereiro do ano que vem ocorreu por decisão da magistrada, que estará em licença para acompanhamento médico. O réu, que era comandante da operação, irá a júri popular por homicídio simples.
Policiais que participavam da ocorrência declararam que fizeram uma barreira para tentar prender suspeitos de um assalto ocorrido em Sinop, quando a carreta conduzida por Israel passou pelo local “buzinando e dando sinais de luz”. Os agentes passaram a perseguir a carreta para averiguar o que estava acontecendo e deram ordens para que o motorista parasse. Israel, no entanto, teria dirigido por mais alguns quilômetros.
De acordo com essa versão, após parar, o caminhoneiro também teria desobedecido ordem para sair do veículo. Instantes depois, Israel teria descido e “de forma brusca” tentado correr em direção a uma área de mata, quando acabou sendo atingido por tiros.
O policial chegou a ser absolvido, em 2010, pela juíza Débora Roberta Pain Caldas. Ela entendeu que o militar agiu no “estrito cumprimento do dever legal”, já que o “comportamento da vítima colaborou” para que fossem efetuados os disparos.
No entanto, o Ministério Público Estadual (MPE) recorreu e, em 2016, o Tribunal de Justiça reformou a sentença, determinado que o réu fosse a júri popular por homicídio. Na ocasião, os desembargadores da Segunda Câmara Criminal entenderam que havia dúvidas “acerca da legitimidade da conduta que culminou no óbito de Israel”.