O tribunal do júri condenou, ontem à noite, em sessão que durou mais de 15 horas, a 14 anos de reclusão, Meire Maria Pereira Santos Melo e a 13 anos, seu marido Marcos Dornas, por tentarem matar asfixiada a filha adotiva, em agosto de 2017, que na época tinha 11 anos. Na denúncia do Ministério Público, “além de maltratar, a mãe teria assistido seu companheiro asfixiar a menor com o fio de ventilador, sendo que nada teria feito para impedir”. Meire poderá recorrer em liberdade, mas Marcos segue preso.
“A decisão do júri foi uma decisão acertada, justa, adequada, proporcional a gravidade da conduta praticada. O padrasto e mãe tentaram matar a vítima asfixiada. Acertadamente condenaram os réus ao crime de homicídio quadruplamente qualificado (motivo fútil, meio cruel). A mãe recorrerá em liberdade, mas já está condenada a 14 anos e o padrasto a 13. Todas as provas descartam tentativa de suicídio. Todas as provas são seguras”, disse o promotor Luiz Fernando.
O advogado de defesa Marcos Rogério afirmou que vai recorrer e tentar “anular este júri. A acusação falava que havia ocorrido a tentativa de homicídio, o laudo da perícia deixou bem claro que o que aconteceu foi enforcamento e, para quem entende, enforcamento é pelo peso do próprio corpo. O perito disse no laudo que não tem nenhum tipo de lesão na vítima. O perito disse claramente que para ele se trata de uma tentativa de suicídio. Prova tem no processo”, argumentou.
