Quando me entendi por gente, pensei que o mundo era meu. Quebrei a “cara”. Logo entendi que ele não pertence a ninguém, senão, Deus. Pena que nós demoramos muito a perceber isso. Aliás, a maioria das pessoas nasce, cresce, fica adulta, envelhece e nem por misericórdia da caduquice, percebe que o mundo não é dele. A este pobre e infame coitado, meus pêsames.
Ao desconfiar que o mundo não era meu, passei a me conhecer melhor. Acho importante que as pessoas saibam quem elas são, para, depois, começar a entender e conhecer o próximo. A razão de cada um é elementar, única, singular. Porém, nada lhe dá o direito de achar que a vida seja apenas o seu mundo ou vice-versa.
A prova mais clara da minha descrição é a enorme transformação que o mundo está passando. Na verdade essa incrível e inesperada transformação está tentando dizer a todos e, principalmente a alguns, que ninguém é melhor que ninguém. Esta tentando dizer que certas palavras podem ser o extremo do egoísmo e suas adjacências. Que o único supremo a ser considerado, respeitado, glorificado é Deus. A tal transformação chegou de repente e pegou todo o globo terrestre com as calças nas mãos. Mas… e daí? O que é preciso fazer para mudar tais concepções esdrúxulas e insipidas que a própria natureza ignora? Tenho certeza de que a resposta está no subconsciente de cada um. O grande problema é a sua falta de capacidade de discernir e aceitar as suas limitações.
Ninguém implora por um desejo do qual não seja capaz de conquistar. O que se chama sonho, na realidade se chama trabalho honesto, dignidade, e principalmente, humildade. Se, e somente se, “bico” fosse induto de sabedoria, de autoafirmação de conhecimento, papagaio seria o dono do mundo. Ledo engano.
Os países mundo afora, estão descontrolados. A Europa vem passando por dificuldades das quais consideram insuportáveis. Eles sempre acharam que eram os donos do mundo. Caíram do “cavalo, da égua, do jumento”. Essa transformação vem suplicar ao planeta, que que o mundo de cada um deve estar alinhado com o prazer de ser simples, de ser admirado enquanto possível, de ser capaz de ser o que é, com a naturalidade transcrita no respeito. Sei que falar é fácil. Porém, ter, ou tentar ter a consciência de que podemos ser mais fraternos, mais humildes e menos egoístas, pode ser o inicio de uma felicidade que somente a alma conhece.
Dentro dessa concepção de que o meu mundo não é, e nem pode ser somente meu, é que faço a seguinte reflexão: “é adequado pensar que, por consequência imposta pela lógica, talvez fosse coerente imaginar que o meu mundo não seja melhor que o mundo do outro. Tal fato me leva a crer, e até mesmo crescer, com a ideia de que, se podemos ser simplesmente o que somos, seguindo os desígnios da vontade do único ser supremo, por que não sê-lo?”.
Neste caso, talvez quem sabe, a tal Pandemia resolva colocar um ponto final nas transformações que até o momento só veio trazer insegurança, medo e interesses dos covardes que ainda pensam que o mundo lhes pertence.