Os desembargadores da Segunda Câmara Criminal do Tribunal de Justiça mantiveram a ordem de prisão do acusado de matar o sitiante Arlindo Marchesini, 56 anos, que levou um tiro na nuca, disparado por uma espingarda de pressão adaptada para calibre 22. O crime aconteceu em janeiro deste ano, no assentamento Poranga, a cerca de 30 quilômetros do centro de Sorriso.
Dias após o assassinato, o suspeito se apresentou à Polícia Militar de Planalto da Serra (281 quilômetros de Cuiabá). Na ocasião, ele confessou o crime e teve a prisão temporária decretada, que, posteriormente, foi convertida em preventiva.
Encaminhado para a prisão de Chapada dos Guimarães, o acusado acabou sendo colocado em liberdade por engano, em abril. Isso porque ele respondia a um processo da comarca de Nobres, por lesão corporal. Ao decretar a prescrição desse crime, a Justiça determinou que o homem fosse colocado em liberdade. No entanto, deveria permanecer preso em razão do possível envolvimento no homicídio em Sorriso, o que não foi observado pelos policiais penais.
Mesmo o suspeito sendo considerado foragido, a defesa ingressou com o pedido de habeas corpus pedindo a concessão da prisão domiciliar, já que o réu tem 69 anos e, por isso, está no grupo de risco da covid-19. A defesa também solicitou a fixação de medidas cautelares alternativas, como o monitoramento eletrônico, por exemplo.
Os desembargadores, entretanto, negaram o pedido. “Conforme consignado, muito embora constar o paciente com 69 anos, bem como, não comprova qualquer situação periclitante de saúde, nem tampouco possui condição de moradia fixa comprovado nos autos isto porque, consoante aos fatos, o paciente ora se instalava em um lugar, ora em outro e, ademais ostenta atualmente a condição de foragido, condição avaliativa que importa em óbice a concessão da ordem. Destarte, inexiste, portanto, aspectos aptos a ensejarem qualquer alteração na manutenção da situação a ser reparada por este mandamus”, disse o relator, Rui Ramos Ribeiro.
Segundo a denúncia, o crime foi motivado por um desentendimento entre o acusado e a vítima. Uma testemunha relatou que Arlindo e o suspeito teriam discutido, na noite anterior, “em razão de quem iria paga a conta de um bar em que estavam”. O sitiante foi morto com um tiro, enquanto dormia. O corpo foi encontrado pelo irmão dele.