A deputada estadual Janaína Riva (MDB), que contrariou o seu partido e declarou apoio à candidatura do comunicador e ex-prefeito Roberto França (Patriota) à prefeitura de Cuiabá, explicou ontem, em reunião política, os motivos que a fizeram tomar a decisão de deixar o palanque do até então aliado e amigo Emanuel Pinheiro (MDB), atual prefeito que disputa a reeleição na Capital. Sem dar detalhes, a parlamentar disse que faltou “reciprocidade” e “respeito” por parte de Pinheiro ao longo dos últimos quatro anos quando o emedebista assumiu a prefeitura.
“Na primeira campanha do Emanuel a prefeito, eu calcei os meus tênis e fui em todas as reuniões e arrastões de Cuiabá. Não tinha ninguém para andar com a gente. Trabalhamos contra todo o governo [do ex-governador Pedro Taques]. Na Assembleia éramos três (Eu, Emanuel e Zeca Viana) contra toda a base governista. Depois não houve reciprocidade, não houve respeito. Só dou respeito para quem também me respeita. Se não me respeita, não conte com o meu respeito. Acredito que um prefeito precisa de governabilidade, se relacionar bem com a Câmara de Vereadores e ter tranquilidade para trabalhar. Hoje, não vemos isso em Cuiabá, infelizmente, e por isso decidi pelo apoio ao Roberto”, explicou.
Janaína não citou e nem fala sobre o assunto, mas a mudança foi anunciada logo depois que Emanuel Pinheiro chamou o pai dele, o ex-deputado José Riva de “bandido” e “leviano”. A declaração do prefeito foi uma reação à delação premiada de Riva que acusa o prefeito de ter recebido R$ 3,2 milhões em propina quando ocupava uma cadeira na Assembleia Legislativa.
Janaína está de licença maternidade e afastada do parlamento estadual, mas tem gravado vídeos de apoio para as eleições municipais e até recebido políticos em sua casa. Ontem ela quebrou o isolamento e se reuniu com 30 apoiadores para pedir votos em França, Carlos Fávaro (PSD) ao Senado e Luluca Ribeiro, este sim do MDB, para vereador em Cuiabá.