A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) divulgou a primeira projeção da safra de grãos 2020/2021 no Brasil. A previsão aponta que Mato Grosso seguirá como o principal produtor no país, com 75 milhões de toneladas de diversos produtos, com acréscimo de 0,7% no total produzido e de 1,7 milhões na área plantada, que deverá atingir 17 milhões de hectares.
O principal produto seguirá sendo a soja. A estimativa da Conab é que a produção da oleaginosa em Mato Grosso tenha aumento de 2,7% em relação à safra anterior e chegue a 36,8 milhões de toneladas. A área plantada deve aumentar 2,8%, atingindo 10,2 milhões de hectares, “como continuidade do processo de expansão no estado, com destaque para as partes Norte, Nordeste e Noroeste”, diz a Conab.
Ainda conforme o órgão, o fenômeno é menor em municípios consolidados, com pouca margem para expansão. “Na maior parte dos casos, a incorporação ocorre sobre áreas de pastagens degradadas devido ao uso de variedades de soja que permitem sua utilização em tais solos, sem a necessidade prévia de semear o arroz”.
Em Mato Grosso, o plantio da soja está autorizado desde 16 de setembro. No entanto, segundo a Companhia, “ainda não houve a intensificação dos trabalhos de semeadura, pendentes de maior incidência pluviométrica em âmbito estadual, tanto em intensidade quanto em regularidade. Com a ocorrência de chuvas pontuais, houve o início do plantio em Mato Grosso, e calcula-se que 1,4% da área esteja plantada até o fechamento de setembro, ante 1,5% do mesmo período do ano passado”.
A Conab aponta ainda que o receio com relação ao plantio neste momento está associado ao fato que as chuvas ainda não firmaram, o que pode levar a eventual replantio. Porém, “fatores como os preços elevados da soja e a tentativa de otimizar duas safras consecutivas, a exemplo de soja e depois algodão, têm levado o produtor a assumir riscos. O desencadeamento dos trabalhos neste momento depende, como foi dito, do estabelecimento de regime de chuvas mais abundante e generalizado sobre o Estado”.
A estimativa da Companhia é que a produtividade mato-grossense de soja tenha queda de 0,1% na próxima safra, atingindo uma média de 4.582 quilos por hectare.